Descrição de chapéu Eleições 2018

'Não queremos bater, mas também não nascemos para apanhar', diz Lula em Foz

Petista prevê confusão quando caravana chegar em Curitiba

Bruno Soares
Foz do Iguaçu (PR)

Depois de uma segunda-feira (26) marcada por agressão a jornalistas, ovos atirados e PM usando gás lacrimogêneo, o ex-presidente Lula disse esperar confusão em Curitiba, destino final da caravana pelo Sul do país, e que defende a paz, mas que não aceitará apanhar.

“Nós vamos terminar nossa caravana em Curitiba. Eu já sei que vai ter confusão. Nós somos de paz. Agora, a única que coisa que nós não aceitamos é virar a outra face. Nós não queremos bater, não nascemos para bater. Mas, também não queremos apanhar”, disse Lula em Foz do Iguaçu na noite desta segunda.

Ônibus da caravana do ex-presidente Lula é atacado por ovos e pedras na chegada São Miguel do Oeste (SC)
Ônibus da caravana do ex-presidente Lula é atacado por ovos e pedras na chegada São Miguel do Oeste (SC) - Marlene Bergamo - 25.mar.18/Folhapress

“O que nós queremos é estabelecer uma política de ordem. O que nós queremos é ensinar as pessoas a conviverem democraticamente na diversidade. O que não queremos é que as pessoas se desentendam por posições políticas diferentes. O que não pode acontecer é sermos inimigos de nossos adversários. Assim não iremos construir a democracia”, declarou o ex-presidente.

 

A caravana petista que tem circulado pelo Sul do país há uma semana chegou nesta região oeste do Paraná. A recepção ao ex-presidente Lula foi marcada por atos de protesto de manifestantes que precisaram ser contidos sob forte aparato policial. Bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha foram disparadas para dispersar pessoas aglomeradas próximas ao acesso do prédio em que o político iria discursar. Eles haviam rompido o isolamento e se aproximado do outro grupo para atirar ovos e pedras.

 Ao lado do ex-presidente do Paraguai, Fernando Lugo, e do ex-ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Tayana, Lula defendeu o projeto petista de governo e acusou opositores de perseguição. “O que está em jogo é a soberania do Brasil. Não querem prender o ex-presidente Lula. Querem prender e destruir tudo o que representa a nossa eleição”, bradou.

 A passagem do ex-presidente pelos estados do Sul tem sido marcada por protestos. No domingo (25), ônibus de apoiadores foram recebidos com ovos em Santa Catarina. Nesta segunda, um repórter do jornal O Globo levou um tapa na cara de um segurança da comitiva de Lula.

 Também dois repórteres colaboradores da Folha sofreram intimidação e foram chamados de petistas, mesmo se identificando, ao se aproximarem de grupos críticos a Lula, em Foz, nesta segunda, e em São Leopoldo (RS), na sexta (23).
 

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