Descrição de chapéu jornalismo

Márcio França erra ao falar de mortes causadas por policiais

Agência Lupa checou algumas das declarações do governador de SP na sabatina da Folha, UOL e SBT

Márcio França, pré-candidato à reeleição ao governo de São Paulo pelo PSB, em sabatina com Folha, UOL e SBT
Márcio França, pré-candidato à reeleição ao governo de São Paulo pelo PSB, em sabatina com Folha, UOL e SBT - Carine Wallauer/UOL
São Paulo | Agência Lupa

Governador de São Paulo e pré-candidato à reeleição pelo PSB, Márcio França participou nesta quarta-feira (30) da sabatina da Folha, UOL e SBT. A Lupa checou algumas das declarações dele.

“[O número de mortes causadas por policiais em serviço em 2017 é] o menor índice de toda a história”
FALSO Dados da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo mostram que, em 2017, 687 pessoas foram mortas por policiais em serviço no estado. Esse número supera os 591 casos registrados no ano anterior. Houve uma pequena queda, no entanto, no total de casos de mortes por policiais fora de serviço. Em 2016 foram 266. No ano passado, 253. Nos relatórios anteriores, os dados relativos a esse assunto estão incompletos. Os números referentes às mortes causadas por policiais militares fora de serviço não foram contabilizados. Procurado, França disse que se referia ao primeiro trimestre de 2018. A pergunta, no entanto, citava explicitamente o ano passado.

“Desde 2006, [o resultado da disputa entre PT e PSDB no segundo turno das eleições presidenciais nos estados] só mudou uma vez no Acre e uma vez no Tocantins”
EXAGERADO
 De acordo com registros oficiais do Tribunal Superior Eleitoral, houve mais mudanças do que as duas citadas por França. No segundo turno de 2006, os eleitores de Acre, Rondônia e Espírito Santo votaram majoritariamente no PT para a Presidência. Em 2010 e em 2014, o PSDB venceu nos três estados. No Distrito Federal, em 2006 e em 2010, o PT teve a preferência dos eleitores. Em 2014, a maioria dos votos ficou com o PSDB. No Tocantins, ao contrário do que disse França, o PT venceu o segundo turno nas três últimas eleições presidenciais. Procurado, o governador afirmou que analisava “um comportamento eleitoral recorrente”, observado em “eleições polarizadas e marcadas pelo embate entre PT e PSDB”.

“São Paulo tem o menor ICMS para diesel do Brasil” 
VERDADEIRO, MAS
 De acordo com a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o óleo diesel é de 12% no estado. Esse é, de fato, o menor valor praticado no Brasil para o produto, segundo a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis). Mas há outros quatro estados que também aplicam esse valor: Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 

“USP, Unicamp e Unesp (...) abrem 20, 21 mil vagas de vestibular por ano”
VERDADEIRO
 As três universidades estaduais citadas por França abriram, juntas, 21.852 vagas em 2018. No vestibular para ingresso neste ano, a USP foi a que mais disponibilizou vagas: 11.147. A Unicamp, por sua vez, abriu 3.340 vagas, e a Unesp, 7.365.

“[Dos alunos matriculados na USP, Unicamp e Unesp] 10 mil entram do ensino privado, 10 mil do ensino público”
EXAGERADO
 Em 2017, 21.507 alunos ingressaram nas três universidades. Desses, 9.329 vieram da rede pública. Isso representa 43,3% do total. E são os dados da USP que puxam esse número para baixo. Dos que ingressaram na instituição no ano passado, 36,9% vieram da rede pública. Em julho de 2017, a USP estabeleceu como meta que, até 2021, metade de seus alunos deverá vir de escolas públicas. Isso já acontece na Unicamp e Unesp. Procurado, França disse que a USP cumpriu a meta para 2017 quanto à proporção de alunos oriundos da rede pública. 

Verdadeiro A informação está comprovadamente correta. Verdadeiro, mas A informação está correta, mas o leitor merece mais explicações. Exagerado A informação está no caminho correto, mas houve exagero. Falso A informação está comprovadamente incorreta.

Chico Marés, Clara Becker e Nathália Afonso
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