Lula gostaria de conversar com Haddad todos os dias, diz Gleisi após visita

Coordenador do programa de governo do ex-presidente, Haddad é apontado como plano B do PT

Curitiba

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gostaria que o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), apontado como plano B do PT para as eleições presidenciais, pudesse visitá-lo todos os dias. Foi o que disse a senadora Gleisi Hoffmann (PT) na noite desta quinta-feira (28).

O ex-prefeito Fernando Haddad e a senadora Gleisi Hoffmann visitam o ex-presidente Lula na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR)
O ex-prefeito Fernando Haddad e a senadora Gleisi Hoffmann visitam o ex-presidente Lula na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR) - Ernani Ogata/Código19/Agência O Globo

Segundo Gleisi, Lula está animado com a campanha para a Presidência e quer fechar o quanto antes o programa de governo, coordenado por Haddad. O ex-presidente estaria muito preocupado com a economia e, por isso, teria pedido que o ex-prefeito concentrasse esforços neste tema.

"Ele disse 'Haddad, você tem que estar aqui todos os dias, venha para cá para a gente conversar, entra aí como advogado. Nós temos que fechar esse plano de governo para mostrar para o Brasil o que estamos apresentando", relatou a senadora a militantes da Vigília Lula Livre, montada em frente à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde Lula está preso desde o início de abril.

Gleisi e Haddad visitaram o ex-presidente durante cerca de uma hora. A presidente do PT afirmou que Lula está bem, apesar de indignado. Segundo ela, médicos do petista disseram que seus exames parecem de um "garoto de 25 anos".

A senadora também relatou que Lula considerou uma manobra "indecente" a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin de suspender o julgamento de seu habeas corpus na Segunda Turma. "Eles fazem isso porque estão desesperados, estou na frente das pesquisas e eles não querem que eu seja candidato", o ex-presidente teria dito.

Após a visita, Haddad afirmou a jornalistas que Lula ficou muito preocupado com as crianças brasileiras separadas de seus pais, consequência da política imigratória do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. 

"O atual presidente reclamava que não se encontrava com o vice-presidente americano e quando o faz acaba tomando um pito", disse Haddad em referência ao mal-estar gerado após Mike Pence cobrar mais ação do governo brasileiro em relação aos migrantes.

Segundo Haddad, Lula considera o Brasil muito acanhado e excluído do debate internacional. Por isso, quer voltar a governar para recuperar o protagonismo da nação.

Questionado sobre ser o plano B do PT, Haddad mais uma vez desconversou, ressaltando que o povo quer votar em Lula.

O ex-prefeito disse que se encontrou com o comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, e que afirmou a ele que a centro-esquerda tem grande apreço pelo conceito de soberania nacional, tão caro para os militares. Haddad teria ressaltado, no entanto, que não existe soberania nacional sem soberania popular.

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