O presidente do PSB, Carlos Siqueira, alterou nesta quinta (2) a composição da direção do partido em Minas Gerais para inviabilizar a candidatura de Marcio Lacerda (PSB) ao governo do estado. Os novos membros já foram comunicados ao Tribunal Regional Eleitoral e passam a exercer o comando a partir desta sexta (3).
Para cumprir um acordo nacional com o PT, o PSB determinou a retirada da candidatura de Lacerda para favorecer a reeleição de Fernando Pimentel (PT), mas ele e a direção estadual não aceitaram. Lacerda afirmou que irá fazer o que estiver a seu alcance para manter a candidatura, inclusive recorrer à Justiça.
Os novos integrantes da direção do PSB em Minas são ligados ao deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG), que é inimigo político de Lacerda e é contrário a sua candidatura. Delgado não confirmou a mudança ao ser procurado pela Folha.
A substituição da direção foi possível porque, em Minas Gerais, o PSB não possui um diretório eleito, mas uma comissão provisória cuja nomeação fica a cargo dos dirigentes nacionais da sigla. Assim, cabe a Siqueira definir o comando do partido no estado.
O PSB mineiro tem convenção marcada para o próximo sábado (4) e Lacerda diz ter maioria entre os pessebistas para ser indicado candidato. A nova direção, porém, precisará definir se mantém a convenção já agendada e se seguirá a orientação de coligação com o PT.
Segundo Lacerda, a retirada da sua candidatura só pode ocorrer com aval da executiva nacional do partido e caso o candidato tenha violado alguma norma partidária, o que não seria o caso. Por isso, estuda judicializar a questão.
"Como não existe nada disso, cheguei a conclusão óbvia de estarmos aqui enfrentando uma truculência, um ato antidemocrático absolutamente injusto e que me provocou muita revolta e indignação. E me levou a insistir nessa candidatura, reforçou a nossa determinação de disputar o governo", disse Lacerda nesta quinta (2).
Terceiro lugar nas pesquisas, atrás de Antonio Anastasia (PSDB) e Fernando Pimentel (PT), Lacerda ganhou musculatura na última semana com a adesão praticamente acertada de seis partidos, além do PSB. Também tinha a possibilidade de ter Rodrigo Pacheco (DEM), outro candidato ao governo, como aliado.
"A nossa candidatura vinha crescendo e se fortalecendo como uma terceira via muito viável dentro da tradicional polarização entre PT e PSDB que existe em Minas Gerais há muito tempo", disse Lacerda.
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