Descrição de chapéu Eleições 2018

Só 2% afirmam que atentado contra Bolsonaro mudou voto, diz Datafolha

Pesquisa mostrou que 96% dos eleitores tomaram conhecimento do ataque ao candidato

Guilherme Seto
São Paulo

​O atentado que sofreu o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) na quinta-feira (6), em Juiz de Fora, não tem influência na escolha de candidato para 98% dos eleitores, de acordo com a nova pesquisa realizada pelo instituto Datafolha.

Segundo o levantamento, a facada em Bolsonaro fez com que apenas 2% das pessoas tenham decidido trocar de candidato. O capitão reformado do Exército encontra-se internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, em recuperação dos efeitos do ataque. Nesta quarta-feira (12) ele passou por uma cirurgia de emergência e encontra-se na UTI, com quadro de saúde estável.

 
Pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (14) coloca Bolsonaro como líder na corrida à Presidência com 26% das intenções de voto. Fernando Haddad (PT) viu sua intenção de voto subir dos 9% registrados na segunda (10) para 13%. Está empatado numericamente com Ciro Gomes (PDT), que manteve sua pontuação, e na margem de erro também com Geraldo Alckmin (PSDB), que oscilou de 10% para 9%.

O levantamento também mostrou que 96% dos eleitores tomaram conhecimento do atentado. Desses, 43% declararam estar bem informados sobre o assunto, 40% mais ou menos informados e 13% mal informados. Uma parcela de 4% não tomou conhecimento do atentado —o índice sobe entre os moradores de municípios com até 50 mil habitantes (8%) e entre os menos instruídos (10%).

Ainda que, segundo os eleitores, o atentado não tenha participação na decisão do voto, ele comoveu a maior parte deles (72%). Do total dos entrevistados, 39% disseram ter se sentido muito comovidos com o ataque e 33% ficaram um pouco comovidos, ao passo que 26% afirmaram que não foram tocados pelo episódio e 2% não souberam responder.

A comoção alcança índices mais altos entre os mais velhos (80%) e entre os eleitores de Bolsonaro (88%).

O Datafolha entrevistou 2.820 eleitores de 197 municípios entre quinta-feira (13) e sexta-feira (14). A pesquisa foi realizada em parceria com a TV Globo. O primeiro turno das eleições está marcado para 7 de outubro. A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, para o total da amostra.

Se não influenciou eleitores, o ataque a Bolsonaro e a consequente internação têm gerado danos à campanha. Os líderes da chapa têm tido reações contraditórias e têm entrado em conflito nesse momento de vácuo de poder.

Na terça (11), por exemplo, Levy Fidelix, presidente do PRTB, partido de Mourão, disse que consultaria o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para saber se poderia substituir Bolsonaro em debates. Mas Gustavo Bebianno, presidente do PSL, já havia declarado que ninguém substituiria o presidenciável, e não foi consultado pelo PRTB.

Nesta quarta (12), em nota, o PRTB recuou e disse que a decisão será tomada pela coordenação de campanha.

O agravamento do quadro de saúde descarta, na prática, a volta física do deputado à disputa, inclusive no caso de ele chegar ao segundo turno.

Os três filhos mais velhos do candidato, todos políticos e ligados à campanha, buscam tomar as rédeas do processo.

Não por acaso, a conta de Bolsonaro no Twitter, à qual só eles têm acesso, trouxe um post sobre o assunto na quinta (13). “Muita coisa vem sendo falada na tentativa de nos dividir e, consequentemente, nos enfraquecer. Não caiam nessa! Não há divisão!.”

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