Os eleitores paulistas viram pela última vez um domingo como este há 16 anos. Desde que em 2006 José Serra (PSDB) venceu Aloizio Mercadante (PT) para governador, houve apenas disputas liquidadas pelos tucanos ainda no primeiro turno, com ampla vantagem. Em 2010 e 2014, Geraldo Alckmin saiu vitorioso.
Outrora aliados, João Doria (PSDB), ex-prefeito de São Paulo, e Márcio França (PSB), ex-vice de Alckmin que disputa a reeleição, se enfrentam nas urnas neste domingo (28) em um cenário de indefinição.
França aparecia à frente com 51% das intenções de voto, segundo Datafolha divulgado neste sábado (27), mas em uma disputa acirrada com Doria (49%). O pessebista vinha conseguindo diminuir a diferença para o rival.
Ou seja: este domingo pode ser histórico e encerrar 24 anos de domínio do PSDB no estado de São Paulo. As campanhas preveem uma apuração que será decidida voto a voto, imprevisível até a abertura das últimas urnas.
Independentemente do resultado, o dia seguinte promete o início de um novo tempo na política paulista. As candidaturas de Doria e França repartiram no meio o arco de alianças que deu sustentação ao governo do PSDB neste último mandato. Quem vencer terá o desafio de reorganizar essa base política, com siglas que dominam há anos secretarias no estado.
A tarefa será ainda maior para Doria, que, se eleito, herdará um PSDB rachado. Os tucanos, hoje, estão divididos entre os que apoiam explicitamente o ex-prefeito e os que mantêm apoio velado ao atual governador.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.