Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Bolsonaro coleciona idas e vindas na formação do governo; veja principais recuos

A última delas é admitir a possibilidade de governar com 18 ministérios

São Paulo

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), já coleciona idas e vindas na formação e condução de seu governo antes mesmo de assumir. Ele enfrenta dificuldades para manter as fusões anunciadas em vários dos ministérios.

A última delas é admitir a possibilidade de governar com 18 ministérios, enquanto a proposta, antes mesmo do período eleitoral, era reduzir de 29 para 15.

 

Veja os principais recuos

Desde que se lançou pré-candidato ao Palácio do Planalto, no início de 2018, até ser eleito em outubro, Bolsonaro já recuou em ao menos 12 de suas promessas

  • ​Redução do número de ministérios para 15

Promessa feita antes mesmo do período eleitoral; gradualmente Bolsonaro foi admitindo que a estrutura de seu governo poderia ser maior do que a prevista inicialmente. Nesta quarta (7), ele admitiu que pode governar com até 18 pastas.

  • Fusão dos ministérios do Meio Ambiente e Agricultura

unificação das duas pastas era uma promessa de campanha do capitão reformado e que foi incluída no programa de governo entregue à Justiça eleitoral. Entre o primeiro e o segundo turno, ele se disse aberto às sugestões de setores do agronegócio que defendem a manutenção da separação. Após o resultado das eleições, seu futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, voltou a afirmar a fusão, mas foi desautorizado pelo chefe na última semana, que declarou que "pelo que tudo indica", os dois serão ministérios separados.

  • Criar 'superpasta' da Justiça com CGU

Quando decidiu convidar o juiz Sergio Moro, da Lava Jato, para ser seu ministro da Justiça, Bolsonaro formatou com aliados a criação de um superministério, que agregaria ainda Segurança Pública, COAF e Transparência e CGU (Controladoria-Geral da União). Nesta quarta, admitiu que a CGU seguirá com status de ministério, separada da Justiça.

  • General Heleno ministro da Defesa

Anunciado como ministro da Defesa logo depois do primeiro turno, o general Augusto Heleno agora vai assumir o GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

  • Transferir a embaixada brasileira em Israel para Jerusalém

Ainda no começo da campanha, Bolsonaro prometeu transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. A ideia foi proposta para acenar ao governo de Israel e ao eleitorado evangélico que se alinha a ele. Logo depois de eleito, o capitão reformado repetiu que faria a mudança, mas nesta semana voltou atrás e disse que o assunto "não está decidido".

  • Unir Comércio Exterior a Economia

Outro ponto que causa divergências inclusive na equipe que compõe seu núcleo duro é a união do MDIC (Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior) à Economia, pasta que será assumida por Paulo Guedes. Após pressão do setor industrial, Bolsonaro chegou a descartar a inclusão do MDIC no superministério. Mas voltou atrás, o que foi comemorado por Guedes.

  • Saída do Acordo de Paris

Em setembro, Bolsonaro havia aventado a hipótese de retirar o Brasil do tratado que busca reduzir as emissões de dióxido de carbono em escala global. Na reta final da campanha, recuou.

  • Renegociação da dívida pública

O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que não pretende renegociar a dívida interna, como sugerido pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, que foi um "mal-entendido". Bolsonaro disse que a dívida, de cerca de R$ 4 trilhões, era impagável não fosse a renegociação a ser conduzida por Guedes

  • Meta de taxa de câmbio

Às vésperas das eleições,  Bolsonaro defendeu a adoção de uma dupla meta para o Banco Central, que olharia não só para a inflação, como é o procedimento atual, mas também para o câmbio. O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), descartou a ideia de criação de meta para o câmbio, mas defendeu previsibilidade.

  • Aumentar número de ministros do STF

Em entrevista a uma TV em julho, Bolsonaro criticou a atuação da Suprema Corte e afirmou que estudava elevar o numero de magistrados de 11 para 21. Um mês depois, recuou da ideia, mesmo repetindo que achava lamentável a atuação do Tribunal.

  • Sair da ONU

Ao participar de evento da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), em agosto, Bolsonaro chamou a ONU de antro de comunistas e prometeu deixar o órgão se fosse eleito. Dias depois, recuou em conversa com a Folhadizendo ter cometido um ato falho, acrescentando que se referia apenas ao Comitê de Direitos Humanos da instituição.

  • Reforma da Previdência

Durante a campanha, Bolsonaro disse varias vezes que não trabalharia pela reforma da Previdência apresentada pelo presidente Michel Temer, afirmando que a proposta era um remendo para calca velha e que levaria ao Congresso um projeto elaborado por sua equipe. Depois da eleição, mudou o tom e diz que vai trabalhar para aprovar "alguma coisa" do que esta em discussão na Câmara.

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