Odebrecht diz que 'amigo do amigo de meu pai', citado em email, era Toffoli

Empresário enviou esclarecimentos à PF sobre mensagem, que não cita nenhum tipo de pagamento

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Brasília

O empresário e delator Marcelo Odebrecht enviou à Polícia Federal, no âmbito de uma apuração da Lava Jato no Paraná, esclarecimentos sobre menções a tratativas lícitas e ilícitas encontradas em seus emails pelos investigadores. 

Uma das menções, segundo Odebrecht, é ao atual presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli.

O episódio foi noticiado nesta quinta-feira (11) pela revista Crusoé.

À época, em julho de 2007, Toffoli não era ministro do STF, mas ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

O email que motivou o questionamento dos investigadores foi enviado por Marcelo Odebrecht a dois executivos da empreiteira, Adriano Maia e Irineu Meirelles. “Afinal vocês fecharam com o amigo do amigo de meu pai?”, escreveu Odebrecht. Não há no email nenhuma citação a pagamentos.

Odebrecht explicou à PF, segundo a revista, que a mensagem se referia a tratativas que o então diretor jurídico da empreiteira, Adriano Maia, tinha com a AGU sobre temas envolvendo as hidrelétricas do rio Madeira, em Rondônia. “'Amigo do amigo de meu pai' se refere a José Antonio Dias Toffoli”, disse.

O empresário não esclareceu quais eram as tratativas, indicando que somente Maia pode explicá-las, por ter sido o responsável por elas.

Eventual apuração sobre o teor do email deverá ser conduzida pela Procuradoria-Geral da República, por envolver um ministro do Supremo. Em nota, a PGR informou que, até esta sexta (12), não havia recebido o material da força-tarefa da Lava Jato no Paraná.

Procurada, a assessoria do Supremo não se manifestou sobre a menção ao nome de Toffoli.

Interlocutores do ministro disseram, reservadamente, que era comum a AGU acompanhar os processos que envolviam grandes obras.

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