Conselho do Ministério Público abre reclamação contra Deltan por palestra a empresa citada na Lava Jato

Procurador cobrou R$ 33 mil para participar de evento de companhia mencionada em delação

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Brasília

O corregedor do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Orlando Rochadel, abriu nesta sexta-feira (2) reclamação disciplinar para apurar a ocorrência de encontros reservados remunerados do coordenador da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, com empresários.

Baseado em mensagens e documentos obtidos pelo The Intercept Brasil e analisados em conjunto com a Folha, que publicou o caso no último dia 26, o corregedor decidiu instaurar o procedimento.

Segundo as mensagens, o procurador fez uma palestra remunerada no valor de R$ 33 mil para uma empresa que havia sido citada em um acordo de delação em caso de corrupção na própria força-tarefa da Lava Jato.

O procurador Deltan Dallagnol chega ao aeroporto de Brasília após participar de reunião com a PGR Raquel Dodge sobre as mensagens vazadas pelo site The Intercept Brasil - Pedro Ladeira/Folhapress

Além de participar do evento remunerado da companhia, em março de 2018, Deltan aproximou membros da Procuradoria e representantes da Neoway com o objetivo de viabilizar o uso de produtos dela em um trabalho da força-tarefa, da qual é coordenador em Curitiba.

De acordo com as mensagens, o procurador também gravou um vídeo para a firma no qual enaltece a utilização de ferramentas tecnológicas em investigações. Todos esses pontos serão analisados pela Corregedoria.

O plenário do CNMP decidirá pela abertura ou não do processo disciplinar.

No momento, trata-se de uma apuração preliminar que serve para que o corregedor solicite informações e instrua o caso. A partir dessas informações, poderá arquivar o caso se não vir elementos ou apresentar ao Conselho um voto pela abertura de processo disciplinar, se vir elementos de irregularidades.

Procurado pela Folha na ocasião, Deltan disse que, antes de dar palestra remunerada para a empresa Neoway, não teve conhecimento de que a companhia já havia sido citada na Lava Jato. 

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