Descrição de chapéu Folha, 100

Ex-presidente de banco, Candido Bracher estreia como colunista da Folha

Executivo vai escrever todo penúltimo domingo do mês em Poder

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

“Nunca exerci a função de colunista, é uma temeridade”, brinca Candido Bracher ao comentar o convite feito pela Folha e aceito por ele. Estreia amanhã (dia 20) em Poder e vai escrever todo penúltimo domingo do mês.

Formado em administração de empresas pela FGV-SP, Bracher acumula experiência de quatro décadas no mercado financeiro. Chegou ao Itaú em 2003 e se tornou presidente do banco em abril de 2017, cargo que manteve até janeiro deste ano.

Candido Bracher no quintal de sua casa no bairro Alto de Pinheiros, em São Paulo - Eduardo Knapp/ Folhapress

Agora, como integrante do conselho de administração do Itaú Unibanco, tem tempo para escrever. “Sempre me dediquei praticamente de forma integral ao trabalho. Embora muito atento, como executivo, às coisas à minha volta, não havia tempo e nem tinha espaço mental para formular opiniões de maneira articulada para expor em um texto para jornal.”

Bracher vê sinais positivos na economia do país, mas com cautela. “Tenho a impressão que estamos em um hiato de uma certa estabilidade, mas é uma estabilidade frágil”, diz. “A perspectiva é que, com a vacinação, o crescimento da economia seja retomado.”

Ele também enfatiza a necessidade de promover reformas, especialmente a administrativa e a tributária. “Continua sendo fundamental que a taxa de juros seja mantida baixa e, para isso, é preciso que a inflação fique baixa a fim de que o país tenha controle fiscal eficiente.”


Mas as colunas mensais irão além da economia. “Espero falar de assuntos do dia a dia do brasileiro e estabelecer correlações.”

Em seu primeiro texto, neste domingo (20), Bracher lembra a trajetória de dois romancistas, o austríaco Stefan Zweig e o húngaro Sándor Márai, e os regimes autoritários sob os quais viveram para, em seguida, comentar questões políticas do Peru e do Brasil.

Nas suas leituras diárias, estão obras do franco-lituano Romain Gary, do alemão W. G. Sebald, do americano Philip Roth, entre outras. “Nunca deixei de ler, é um hábito sagrado”, conta.

Admira jovens escritores brasileiros, como Itamar Vieira Júnior (“Torto Arado”) e Geovani Martins (“O Sol na Cabeça”), e cita ainda uma de suas irmãs, a romancista e contista Beatriz Bracher.

Não parece haver dúvida nenhuma de que a Amazônia de pé vale mais do que a floresta derrubada. Não uma ou duas vezes mais, muitas vez mais

Candido Bracher

sobre as questões ambientais, um dos temas que pretende abordar em sua coluna na Folha

Na coluna, ele também pretende abordar os desafios para o meio ambiente e para a educação no Brasil. “Parte enorme da criação de valor que houve no mundo na última década veio do capital intelectual, o que quer dizer educação.”

Nesse sentido, continua, o que tem acontecido durante a pandemia é “gravíssimo. A forma como gerimos a educação durante a pandemia deixa o Brasil mais atrasado em relação ao mundo e planta para o futuro um aumento da desigualdade social dentro do próprio país”.

A coluna de Bracher terá ilustrações de Luciano Salles, cujas criações acompanhavam os textos de Contardo Calligaris (1948-2021) na Ilustrada.

Candido Botelho Bracher, 62

Nascido em Freiburg, na Alemanha, em 1958, veio com menos de 2 anos para São Paulo. É filho do banqueiro Fernão Bracher (1935-2019). Formou-se em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas, de São Paulo. Chegou ao Itaú em 2003, depois de fusão com o BBA Creditanstalt, do qual havia sido sócio-fundador em 1988. Foi presidente do Itaú Unibanco de abril de 2017 a janeiro de 2021 e hoje integra o conselho de administração do banco.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.