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Moro evita confronto em reduto de Doria e terceiriza críticas a governos do PSDB

Questionado sobre gestões tucanas em SP, ex-juiz passou a palavra a Arthur do Val, pré-candidato ao governo paulista

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Bebedouro (SP)

Em agenda no interior de São Paulo nesta quarta-feira (2), o pré-candidato à Presidência Sergio Moro (Podemos) fez crítica ao ex-presidente Lula (PT), ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ex-juiz evitou confronto com o governador João Doria (PSDB), seu potencial adversário na disputa nacional, e terceirizou a um aliado as críticas aos governos tucanos.

Questionado sobre sua avaliação sobre os governos do PSDB, partido que comanda o estado de São Paulo desde 1995, o ex-ministro de Bolsonaro preferiu não responder e encaminhou a pergunta ao deputado estadual e pré-candidato ao governo paulista Arthur do Val (Podemos).

"Na verdade, quem tem que falar sobre o governo do estado é o nosso Arthur do Val aqui, acho que vou passar para você, Arthur, a resposta para essa pergunta", afirmou Moro, ex-juiz da Lava Jato.

Sergio Moro durante entrevista a programa em São José do Rio Preto, interior de SP - @Sergio Moro no Twitter

Arthur do Val então bateu firme no PSDB. Atacou o discurso de "governar para os brasileiros de São Paulo" de Doria, classificou o governo tucano com um desastre e disse que esta é a primeira chance em três décadas de "chutar o PSDB do governo".

Ele deve enfrentar nas urnas o atual vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), candidato apoiado por Doria, que deve renunciar ao governo paulista em abril para concorrer ao Planalto.

Em complemento à resposta do colega paulista, Moro disse que, neste momento, o que interessa é priorizar a aliança "com as pessoas" em detrimento da conversa com partidos.

"Nenhuma aliança vai ser construída em um gabinete de Brasília a portas fechadas", declarou Moro, destacando que o Podemos tem consolidado bases em todo no Brasil para um projeto nacional.

As declarações foram dadas em Bebedouro (379 km de São Paulo), onde o ex-juiz participou de uma reunião com líderes partidários, prefeitos e vereadores da região.

Além de Arthur do Val, acompanhou Moro no evento o deputado federal Júnior Bozzella (PSL), um dos principais entusiastas da União Brasil, partido que surgirá da fusão entre PSL e DEM.

Em discurso para líderes políticos, o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro criticou o presidente, a quem acusou de "não ter os mesmos planos" que ele para combater a corrupção, repetindo que o presidente prioriza a própria família em detrimento da lei.

Disse ainda que Bolsonaro não tem culpa pela pandemia, mas que sua má gestão, com desincentivo ao uso de máscaras e da vacinação, levou ao quadro de 620 mil mortes no país.

No mesmo evento, disparou críticas ao ex-presidente Lula (PT), também seu potencial adversário nas eleições de outubro: "A gente ouve o Lula e parece que vai cair picanha do céu e vai jorrar cerveja pela torneira. E a gente sabe que isso é mentira", disse.

Moro ainda fez críticas a decisões do STF e afirmou que se sentiu "revoltado de ver o trabalho da Lava Jato" sendo desmontado.

"Começo a ver anulações de condenações criminais e a pensar se a lei vale mesmo para todos. Qual mensagem parte do Supremo e, infelizmente, do Congresso [com isso]"?

O resgate da Lava Jato deve ser o mote de toda a pré-campanha de Moro ao Planalto.

Com sua foto ao lado da bandeira brasileira como fundo, Moro discursou para cerca de 150 pessoas – com direito a trilha sonora e relatos no microfone de jovens inspirados no trabalho do ex-juiz e pessoas que percorreram 600 km para estar no evento.

Moro também reforçou temas como segurança pública, citando sua atuação no Ministério da Justiça. No evento, foram exibidas em um painel frases do ex-juiz defendendo os direitos das mulheres, o combate à violência doméstica e liberdade de imprensa.

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