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Advogado de suspeito de explosão em ato de Lula nega confissão de crime

Defesa afirma que não há provas de que pescador lançou artefato na Cinelândia, no Rio de Janeiro

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Rio de Janeiro

A defesa de André Stefano Dimitriu Alves de Brito, preso em flagrante sob suspeita de ter lançado um explosivo em ato do ex-presidente Lula no Rio de Janeiro na semana passada, negou que ele tenha confessado o crime logo após ser detido.

De acordo com o advogado José Valle, que assumiu a defesa do suspeito, Brito ficou calado durante seu depoimento e relatou à sua defesa não ter nenhuma relação com a bomba que explodiu na Cinelândia.

A informação sobre a confissão foi divulgada pela assessoria de imprensa da Polícia Civil logo após a prisão. Procurada, a instituição não comentou o caso.

Público durante evento com ex-presidente Lula, Sempre Juntos Pelo Rio, na Cinelândia, no centro - Eduardo Anizelli-8.jul.22/Folhapress

Brito foi denunciado nesta terça-feira (12) pelo Ministério Público estadual sob acusação do crime de explosão, por expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outras pessoas. A Promotoria pediu a manutenção da prisão do acusado.

No processo aberto contra Brito não há nenhum termo de declaração do suspeito. A prisão em flagrante foi realizada com base na declaração de duas testemunhas que disseram ter visto o suspeito lançar a bomba.

Uma das testemunhas é a ex-deputada estadual Janira Rocha, ex-filiada ao PSOL. A outra é um amigo dela. Os dois declararam ter visto Brito segurando uma garrafa e acendendo o pavio antes de lançar o explosivo sobre a divisória metálica que dividia a área próxima do palco do restante da Cinelândia.

"Ele não praticou esse ato. Não há prova contundente, apenas duas pessoas apontaram ele como autor", afirmou Valle.

O advogado declarou que o seu cliente é pescador e estava no centro da cidade para comprar material para seu trabalho. Ao ver a movimentação para o comício, decidiu acompanhar.

Placas metálicas usadas para demarcar perímetro de segurança durante ato do ex-presidente Lula, no Rio de Janeiro; explosivo foi lançado por sobre equipamento - Eduardo Anizelli-8.ju.22/Folhapress

Os demais depoimentos juntados ao processo são de dois policiais militares.

Eles declararam que estavam numa rua próxima ao ato quando Brito correu em suas direções em busca de socorro porque era perseguido por populares. Segundo eles, o grupo acusou o pescador de ser o responsável pela bomba lançada.

Outro depoimento é de uma bombeiro civil que estava no palco no momento em que o explosivo foi lançado para dentro da área protegida por divisórias metálicas. Ela afirmou apenas ter recolhido o material.

A explosão ocorreu ao lado do palco em que os políticos discursavam e aconteceu antes da chegada do ex-presidente Lula. Após o artefato ser lançado por sobre a divisória metálica, as pessoas que estavam próximas correram para se afastar.

Os três estouros provocaram momentos de tensão, exigindo a intervenção da apresentadora do evento pedindo calma. Não houve, contudo, correria generalizada. Logo em seguida, palavras de ordem contra o presidente Jair Bolsonaro foram proferidas, e o evento transcorreu como previsto.

Brito permanece preso na cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica. Ele foi indiciado sob suspeita de expor a perigo a integridade física mediante explosão com engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos. A pena prevista é de três a seis anos de reclusão.

A defesa do suspeito afirma que a substância utilizada aparenta não ter sido dinamite nem similar, o que reduziria a pena prevista de um a quatro anos de prisão.

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