Descrição de chapéu Eleições 2022

Candidatos à Presidência declaram de poupança de R$ 197 a fortuna de R$ 97 milhões

Partidos e coligações inscreveram 12 concorrentes ao Palácio do Planalto, mas número pode ser reduzido a 10

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Brasília

O patrimônio declarado pelos 12 candidatos inscritos pelos partidos ou pelas coligações para a disputa da Presidência da República soma R$ 145 milhões, indo de um que se resume a uma caderneta de poupança de R$ 197 a outro relativo a uma fortuna informada de R$ 97 milhões.

O prazo de registro das candidaturas se encerrou nesta segunda-feira (15). O número de presidenciáveis pode ser reduzido a dez até as eleições devido à retirada da candidatura de Pablo Marçal pelo Pros, ainda passível de ratificação pela Justiça, e à possibilidade de Roberto Jefferson (PTB) ser considerado inelegível.

Os presidenciaveis... Jair Bolsonaro, Lula, Ciro Gomes, Vera, Leo Péricles, Simone Tebet, Sofia Manzano, Felipe d'Avila e Pablo Marçal
Alguns dos presidenciáveis de 2022. Em sentido horário, Jair Bolsonaro (PL), Lula (PT), Ciro Gomes (PDT), Vera (PSTU), Leo Péricles (UP), Simone Tebet (MDB), Sofia Manzano (PCB), Felipe d'Avila (Novo) e Pablo Marçal (Pros) - Divulgação

O candidato do PTB foi condenado no escândalo do mensalão, em 2012, e teve a pena perdoada em 2016, mas isso não teria o efeito de afastar a inelegibilidade, que só venceria em 2030.

Em abril, por exemplo, o ministro Alexandre de Moraes, que assume o a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nesta terça-feira (16), afirmou que o indulto individual concedido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao deputado Daniel SiIveira (PTB-RJ) não afastava a inelegibilidade decorrente de condenação imposta ao parlamentar pelo STF.

Seja qual for o número final de presidenciáveis, ele ficará na média das últimas eleições. Em 2018, foram 13 candidatos disputando o Palácio do Planalto. Quatro anos antes, 11.

A eleição direta com o maior número de concorrentes foi a primeira após o fim da ditadura, quando 21 candidatos disputaram a sucessão de José Sarney. Venceu Fernando Collor (PRN). A com menos nomes, a de 2002 (6), vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O maior patrimônio declarado agora é de Marçal, mas o seu caso é ilustrativo da fragilidade da legislação e dos mecanismos de controle sobre essa questão.

O informe de bens tem caráter declaratório e não é cruzado com nenhuma outra fonte de informações dos órgãos públicos.

Em tese, omitir bens ou declará-los de forma incorreta pode se enquadrar no crime de falsidade ideológica eleitoral (artigo 350 do Código Eleitoral), mas condenações são dificílimas pois entende-se que deve ser provado dolo e que as informações inverídicas lesarem a disputa de forma relevante.

Marçal, que é coach motivacional e empresário, declarou inicialmente ao TSE um patrimônio de R$ 16,9 milhões. Em entrevista posterior à Folha, mencionou que a assessoria do partido havia errado e que ele controlava um grupo de 20 empresas, sendo que só uma delas tinha um capital social de R$ 100 milhões.

Dias depois, porém, a retificação dos bens informou o valor de R$ 96,9 milhões como patrimônio total.

José Maria Eymael, no nanico DC, é outro exemplo: inscrito para sua sexta candidatura presidencial, um recorde só igualado por Lula (PT), Eymael declarou ter empobrecido nos últimos quatro anos em 75% --de R$ 6,1 milhões em 2018 para R$ 1,58 milhão agora.

Procurada, sua assessoria disse ter havido um equívoco da assessoria jurídica do partido, que não lançou créditos a receber, benfeitorias em imóveis e outros créditos. Segundo a assessoria, a declaração será retificada para um valor total de R$ 6.6 milhões.

Líder nas pesquisas, Lula declarou à Justiça ter patrimônio de R$ 7, 4 milhões, valor inferior ao declarado em 2018, quando afirmou ter R$ 8 milhões —na época, ele teve a candidatura barrada pela Lei da Ficha Limpa e foi substituído por Fernando Haddad (PT).

A quantia atualizada pela inflação chega a R$ 10,2 milhões pelo IPCA..

Bolsonaro declarou um total de R$ 2,3 milhões em bens. Em 2018, havia informado R$ 2,29 milhões (R$ 2,9 milhões se corrigidos pela inflação).

O candidato que declara ser o mais pobre na disputa é o técnico de mecânica Léo Péricles (UP), que informou ter apenas uma caderneta de poupança com saldo de R$ 197.

Como Eymael ainda irá retificar sua declaração de bens, não é possível ainda saber de forma exata quais são os tipos de patrimônio mais comuns entre os presidenciáveis.

Sem a retificação, empresas (R$ 115 milhões) e imóveis (R$ 10,5 milhões) são os bens que lideram o ranking.

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