Descrição de chapéu Eleições 2022

Patrimônio de Lira mais do que dobra em quatro anos

Deputado, que é agropecuarista, afirmou que tem quase R$ 6 milhões em bens

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O patrimônio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mais do que dobrou nos últimos quatro anos, segundo informou o deputado em sua declaração de bens à Justiça Eleitoral.

Em 2018, Lira, que é agropecuarista, disse possuir um total de bens de R$ 1,7 milhão (ou R$ 2,2 milhões corrigidos pela inflação do período).

Em sua ficha de candidato deste ano, publicada no site da Justiça Eleitoral nesta terça-feira (9), a soma do patrimônio dele passou para R$ 5,965 milhões.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, durante pronunciamento após reunião com líderes partidários - Pedro Ladeira - 20.jun.22/Folhapress

Parte dessa diferença se deve a uma casa que passou a ser declarada pelo candidato no valor de R$ 1,2 milhão. O segundo item de maior valor declarado do deputado é um depósito em conta-corrente no valor de R$ 827 mil.

Além da casa, aparecem na declaração ao menos outros três "bens imóveis" que não constavam há quatro anos. O deputado tentará em outubro o seu quarto mandato consecutivo na Câmara.

Reportagem da Folha publicada no último fim de semana mostrou que documentos assinados em um cartório no interior de Alagoas apontam que Lira deixou de declarar à Justiça Eleitoral em 2018 a compra de direitos sobre duas fazendas adquiridos de um grupo de herdeiros no início daquele ano.

Escrituras do negócio, no município de São Sebastião, afirmavam que os direitos de herança sobre imóveis rurais custaram R$ 728 mil (ou R$ 955 mil corrigidos pela inflação do período). Isso equivale a mais de 40% do que ele havia declarado à Justiça Eleitoral quatro anos atrás.

Lira assume a propriedade das fazendas, mas não é possível saber se neste ano o deputado declarou essas terras à Justiça Eleitoral.

Isso porque para as eleições de 2022 a Justiça Eleitoral limitou a quantidade de informações sobre o patrimônio dos candidatos publicadas em seus canais oficiais.

Nas fichas dos candidatos publicadas na página do TSE, não há mais o detalhamento sobre cada bem declarado, como nomes de empresas, localização de imóveis ou sócios de negócios.

A medida, que teve como base a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), motivou reclamações de entidades que atuam com transparência governamental, que pedem a volta do modelo anterior.

A Folha entrou em contato com a assessoria de Lira e pediu um detalhamento dos bens declarados neste ano ao TSE, mas não obteve resposta.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.