A pergunta era sobre cobertura vacinal e desinformação, mas acabou se tornando sobre mulheres. A reposta do presidente Jair Bolsonaro (PL) à jornalista Vera Magalhães foi a fagulha para que o tema dominasse o primeiro debate entre presidenciáveis, realizado na noite deste domingo (28).
"Você [Vera Magalhães] dorme pensando em mim, tem alguma paixão por mim. Você não pode tomar partido num debate como este. Fazer acusações mentirosas ao meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo", atacou o candidato, que também disse que Simone Tebet (MDB) é uma vergonha.
Na sequência, seguiram-se declarações sobre paridade de gênero na formação de futuros ministérios e sobre políticas para combater a violência contra as mulheres, frequentemente com críticas ao presidente.
Na saída do evento, Bolsonaro negou que tenha sido misógino em seu ataque à jornalista.
"Ela [Vera Magalhães] mentiu ao meu respeito. Fez uma acusação mentirosa. Só porque é mulher eu não posso falar que ela está mentindo? Eu tô agredindo as mulheres? Não tem cabimento isso", afirmou.
O presidente acumula frases preconceituosas contra diferentes alvos. Em junho, a 8ª Câmara de Direito Privado do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) decidiu manter a condenação de Bolsonaro e elevar a indenização a ser paga por ele por ofender a honra da jornalista Patrícia Campos Mello, repórter da Folha.
Bolsonaro havia sido condenado em primeira instância por fazer uma insinuação sexual contra Patrícia, em fevereiro de 2020, usando para isso o termo "furo" para se referir ao orifício do corpo da repórter. A palavra "furo" é um jargão jornalístico para se referir a uma informação exclusiva.
Participaram do primeiro debate presidencial de 2022, além de Bolsonaro e de Tebet, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT), Luiz Felipe d'Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil).
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