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Baleia Rossi libera diretórios do MDB antes de Tebet anunciar apoio a Lula

Simone Tebet deve endossar Lula no segundo turno ainda na tarde desta quarta-feira (5)

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Brasília e Rio de Janeiro

O MDB anunciou na manhã desta quarta-feira (5) a posição de neutralidade do partido no segundo turno, liberando seus filiados para apoiar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou Jair Bolsonaro (PL).

A definição do partido abre caminho para que a candidata derrotada no primeiro turno Simone Tebet (MDB) anuncie seu apoio ao petista. Tebet marcou um pronunciamento para as 16h desta quarta-feira (5), em um hotel na capital paulista.

O anúncio da posição do MDB foi feito por meio de uma nota assinada pelo presidente da sigla, deputado reeleito Baleia Rossi (MDB-SP). O dirigente da sigla conversou por telefone com os membros da Executiva Nacional por telefone e presencialmente desde segunda-feira (3) e por isso não considerou necessário realizar uma reunião com os demais emedebistas.

A senadora e ex-presidenciável Simone Tebet (MDB-MS) ao lado do presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (MDB-SP) - Pedro Ladeira - 25.mai.2022/Folhapress

No texto da nota, Baleia Rossi exalta a candidatura de Simone Tebet, que terminou em terceiro lugar na disputa, com 4,2% dos votos. Ela terminou a frente do pedetista Ciro Gomes (PDT), que ficou para trás na reta final da campanha. Afirma que que a candidatura de Tebet foi um projeto "independente e equilibrado, fora da polarização" e que foi "brilhantemente liderado" pela senadora. E acrescenta que ela se consolidou como uma liderança nacional.

O dirigente também ressalta que a liberação dos diretórios e filiados se deu por ampla maioria.

"Nas últimas 48 horas, dirigentes, congressistas, governadores e prefeitos externaram sua posição em relação à disputa nacional em segundo turno. Por ampla maioria, o MDB decidiu dar liberdade para que cada um se manifeste conforme sua consciência", afirma o texto.

"Em qualquer cenário, o MDB deixa claro que cobrará do vencedor o respeito ao voto popular, ao processo eleitoral como um todo e, sobretudo, a defesa intransigente da Constituição de 1988 e do Estado Democrático de Direito", conclui.

Tebet e Alckmin se encontraram em SP
Tebet e Alckmin se encontram em SP - Divulgação

A posição de neutralidade do MDB vinha sendo questionada por alguns membros do partido, que pediam que o partido tomasse uma posição. O tesoureiro do partido, senador Marcelo Castro (MDB-PI) havia afirmado que seria necessário o MDB escolher um candidato pela sua "história em defesa da democracia, de liberdade, de estado de direito, de respeito às instituições". A ala emedebista mais vocal defende apoio a Lula.

Senadores em exercício e eleitos no último domingo terão uma reunião na tarde desta quarta-feira (5) com Lula, em São Paulo, para reforçar o apoio ao candidato petista. O encontro está marcado a princípio também para as 16 horas. No entanto, aliados de Tebet afirmam que as duas agendas não devem coincidir. Isso porque os senadores em questão foram os mesmos que manifestaram oposição à candidatura da emedebista e que declararam apoio a Lula no primeiro turno.

O apoio de Simone Tebet a Lula já havia sinalizado logo após o anúncio do resultado do primeiro turno das eleições. No entanto, disse que aguardaria a posição dos presidentes dos partidos que participaram de sua coligação.

"Não esperem de mim omissão. Tomem logo [presidentes dos partidos da coligação] a decisão, porque a minha já está tomada. Eu tenho lado e vou me pronunciar no momento certo. Eu só espero que vocês entendam que esse não é qualquer momento do Brasil", afirmou a senadora em pronunciamento na sede do comitê de campanha.

A senadora está em São Paulo e almoçou com Lula nesta quarta. Os dois conversaram por telefone nesta segunda-feira (3).

Nesta manhã, Lula anunciou nas redes sociais que terá apoio do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).

O resultado das eleições presidenciais será definido no segundo, em disputa envolvendo Lula e Bolsonaro. O petista terminou a primeira rodada de votos com 48,4% dos votos, enquanto Bolsonaro recebeu 43,2%. A diferença que os separa é de 6 milhões de votos.

O anúncio de Tebet vai acontecer após dois dias de intensas movimentações envolvendo a campanha de Jair Bolsonaro. O atual mandatário recebeu ainda na terça-feira (4) o apoio do governador reeleito em primeiro turno Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país. Também já declararam apoio ao mandatário os também governadores reeleitos Cláudio Castro (Rio de Janeiro) e Ibaneis Rocha (Distrito Federal).

Questionado sobre a sinalização de apoio de Tebet a Lula, Ibaneis disse que a senadora tomará decisão cada vez mais isolada. O governador disse ainda nunca ter sido procurado pela então candidata, nem outros gestores nos estados do MDB.

Tebet teve menos votos no pleito do que as pesquisas indicavam, mas saiu fortalecida por terminar a corrida na frente de Ciro Gomes. Por isso, seu apoio era avaliado como crucial para a campanha de Lula. Além da possível transferência de votos, seguindo o apoio, espera-se que a emedebista contribua para aproximar o petista ao agronegócio.

Aliados da senadora pelo Mato Grosso do Sul afirmam que é "natural" que ela integre o possível governo Lula, mas alegam que ministérios não fizeram parte das negociações até o momento e que não será necessário fazê-lo agora.

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