Descrição de chapéu Eleições 2022

Veja quem já declarou apoio a Lula e a Bolsonaro no 2º turno

Petista tem apoio de Ciro e deve receber o de Tebet; presidente conquistou apoio de governadores de SP, RJ e MG

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São Paulo

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) procuram partidos e figuras políticas depois da votação do último domingo (2) ter levado a corrida presidencial ao segundo turno.

Três dias após o pleito, Bolsonaro selou acordo com governadores de três estados do Sudeste, a região com o maior número de eleitores no país. Já Lula obteve a adesão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PDT de Ciro Gomes e de Simone Tebet (MDB).

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) - Pedro Ladeira - 12.jun.22/Folhapress e Gabriela Biló - 25.ago.22/Folhapress

Lula

Partidos

PDT
A condição do apoio foi a incorporação de três propostas de Ciro Gomes (PDT), que não foi ao segundo turno da corrida presidencial, a um eventual governo de Lula: o programa para zerar dívidas do SPC, o plano de renda mínima e o projeto de educação em tempo integral.

Cidadania
O partido, federado ao PSDB e parte da coligação de Simone Tebet (MDB), apoiou Lula. A reunião em que a decisão foi tomada contou com a participação dos 19 membros da sua executiva nacional. Apenas três integrantes foram contrários ao apoio, defendendo a neutralidade. Nenhum advogou a favor de Bolsonaro.

Políticos

Simone Tebet
Simone Tebet, presidenciável do MDB derrotada no primeiro turno, selou acordo com Lula em um almoço na capital paulista. Logo depois, a senadora fez um pronunciamento onde oficializou o apoio. "O que está em jogo é muito maior do que cada um de nós", disse. A decisão abriu uma disputa no partido.

Ciro Gomes
Ciro, que fez uma campanha com ataques a Lula e com a estratégia de equiparar o petista a Bolsonaro, endossou a decisão do PDT, mas o apoio foi tímido. "Frente às circunstâncias, é a última saída", disse em um vídeo em que não cita Lula. "Não pleiteio nem aceitarei qualquer cargo em eventual futuro governo."

Fernando Henrique Cardoso
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) declarou apoio a Lula. "Neste segundo turno voto por uma história de luta pela democracia e inclusão social. Voto em Luiz Inácio Lula da Silva", escreveu FHC no Twitter.

José Serra
O senador do PSDB, que já perdeu a disputa pela Presidência para Lula, em 2002, e para Dilma, em 2010, votará no petista na corrida nacional e em Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato de Bolsonaro, na eleição para o Governo de São Paulo.

Helder Barbalho
Reeleito governador do Pará, Helder foi o candidato ao cargo proporcionalmente mais bem votado do país no primeiro turno. "Parece claro haver uma sintonia do MDB com o presidente Lula", disse, em entrevista à Folha, um dia antes do petista publicar agradecimento pelo apoio. "Vamos juntos pelo bem do Pará e do Brasil!", publicou Lula.

Tasso Jereissati
Outro senador do PSDB, Tasso Jereissati afirmou, antes de se reunir com correligionários, que defenderia o apoio do partido ao petista. "Minha opinião, não é necessariamente a do partido, é que temos de ir com Lula. Nesses quatro anos, vi a quantidade de absurdos que aconteceram no governo Bolsonaro".

Eduardo Paes
Junto a parlamentares do PSD, o prefeito do Rio anunciou apoio ao ex-presidente Lula e defendeu que Lula substitua a defesa da democracia a temas ligados ao dia a dia do eleitor. Também estavam no encontro os senadores Otto Alencar, Carlos Fávaro e Alexandre Silveira, além do deputado Marcelo Ramos.

Paulo Marinho
Suplente de Flávio Bolsonaro e empresário, Paulo Marinho foi um dos principais apoiadores de Jair Bolsonaro em 2018. Nestas eleições, declarou voto no petista. "Quem conhece o Bolsonaro como eu conheço, vota no Lula. Eu vim pagar uma penitência de 2018", afirmou em evento com o ex-presidente.

Katia Abreu

Líder ruralista, a senadora Kátia Abreu (PP-TO) foi ministra da Agricultura durante o governo de Dilma Rousseff (PT) e candidata à Vice-Presidência de Ciro Gomes (PDT), em 2018. Ela declarou voto em Lula no segundo turno por meio de um vídeo publicado em suas redes sociais. "Votar no Lula não é uma ameaça às nossas fazendas e aos negócios", afirmou.

Paulo Brant

Atual vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant (PSDB) declarou voto em Lula por uma mensagem nas redes sociais, posição contrária à do governador do estado, Romeu Zema (Novo). "A candidatura de Lula nos evoca lembranças negativas dos governos petistas, mas, pela diversidade do seu arco de alianças, possui, em minha avaliação, melhores condições de resguardar o nosso sistema democrático", escreveu o político.

Jarbas Vasconcelos

Ex-governador de Pernambuco, o atual senador pelo PSDB declarou voto em Lula no segundo turno. "Apesar das minhas críticas ao PT, repito nestas eleições o apoio dado ao partido em 2018. Bolsonaro não é uma opção pra mim", escreveu.

Pimenta da Veiga

Ex-prefeito de Belo Horizonte, Pimenta da Veiga (PSDB) declarou voto em Lula em evento ao lado do candidato. O político mineiro disse que já havia votado no petista contra Fernando Collor de Mello, em 1989, e comparou o momento com o atual. "Eu entendo que nós temos um enorme risco institucional pela frente. E isso deve nos unir. E essa união, agora, passa pela eleição de Lula para presidente da República", disse em evento ao lado do candidato.

Economistas

Armínio Fraga
Em entrevista à Folha, por telefone, o economista Arminio Fraga declarou voto em Lula no segundo turno. "O mais importante para o Brasil hoje é aprimorar a política, garantindo o mais básico, a democracia", disse ele.

Pérsio Arida
Um dos pais do Plano Real, o economista Persio Arida declarou que vai votar em Lula. Em entrevista à Folha, Arida disse que a principal razão está na sua constatação de que Bolsonaro é um risco à estabilidade institucional do Brasil.

Pedro Malan
Presidente do Banco Central entre 1993 e 1995, Malan foi ministro da Fazenda de FHC e vice-presidente do conselho de administração do Unibanco. Ele declarou voto em Lula no segundo turno.

Edmar Bacha
Junto com Malan, Arida e Fraga, Bacha assinou uma nota para declarar o apoio a Lula. Em entrevista à Folha, Bacha, destacou que a nota conjunta busca reforçar a ideia de um consenso entre os economistas que atuaram na gestão de Fernando Henrique Cardoso e na defesa da estabilidade do país.

Empresários

Pedro Passos
Após contribuir com a candidatura de Simone Tebet (MDB) no primeiro turno, Pedro Passos, cofundador da Natura, declarou voto em Lula no segundo turno. "Abro o voto para Lula porque estamos diante de uma ameaça institucional com o governo Bolsonaro", afirmou. " É um governo que prometeu ser liberal, mas de liberal não tem nada."

Bolsonaro

Políticos

Rodrigo Garcia
O governador de São Paulo fez uma campanha baseada na crítica à polarização e às brigas políticas. Dois dias após o primeiro turno, ofereceu "apoio incondicional" às candidaturas de Bolsonaro na Presidência e de Tarcísio no governo do estado. A decisão irritou parte dos tucanos, que criticaram a tomada de decisão individual, sem consulta aos integrantes da campanha.

Cláudio Castro
Bolsonaro concedeu entrevista à imprensa ao lado do governador reeleito do Rio, Cláudio Castro, dois dias após o primeiro turno. O chefe do Executivo fluminense disse que focou sua campanha no primeiro turno em se reeleger e que, no segundo turno, poderá ajudar mais o mandatário.

Romeu Zema
Zema, reeleito governador de Minas Gerais no primeiro turno, anunciou que apoia a reeleição de Bolsonaro. O político do Novo tinha se mantido neutro em sua campanha para vencer em um estado que deu preferência a Lula no primeiro turno. Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do Brasil.

Ratinho Júnior
Após ser reeleito no primeiro turno para o Governo do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD) vai apoiar Bolsonaro. A decisão já era esperada. Durante a pandemia, por exemplo, o político não endossou manifestações coletivas de governadores que cobravam atuação mais firme do presidente no enfrentamento à crise sanitária.

Ronaldo Caiado
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), foi ao Palácio do Planalto se encontrar com Bolsonaro e declarar seu apoio. Também estavam no evento Gladson Cameli (Progressistas), governador reeleito do Acre, Marcos Rocha (União Brasil), governador de Rondônia, Mauro Mendes (União Brasil), governador reeleito do Mato Grosso do Sul, Antonio Denarium (Progressistas), governador reeleito de Roraima e Wilson Lima (União Brasil), governador do Amazonas

Sergio Moro
Moro declarou apoio a Bolsonaro, de cujo governo pediu demissão após ser informado da troca da diretoria-geral da Polícia Federal, ocupada na época por Maurício Valeixo. "Lula não é uma opção eleitoral, com seu governo marcado pela corrupção da democracia. Contra o projeto de poder do PT, declaro, no segundo turno, apoio a Bolsonaro", afirmou.

Deltan Dallagnol
Deputado federal mais votado do Paraná nessas eleições, o ex-procurador da Lava Jato declarou voto em Bolsonaro. "Vou fazer oposição à candidatura do Lula ou ao seu governo", disse em um vídeo publicado no Instagram. "Nós precisamos unir o centro e a direita no Congresso."

Duarte Nogueira
Prefeito de Ribeirão Preto, cidade no interior de São Paulo, o político do PSDB apoiou Bolsonaro à Presidência e Tarcísio ao governo do estado. "Político precisa ter lado. Apoiei e votei nos meus candidatos no primeiro turno. Agora declaro apoio ao presidente Bolsonaro e ao governador Tarcísio de Freitas", disse. Ele justificou a decisão citando a pauta anticorrupção.

João Neto

Em vídeo publicado em suas redes sociais, João Neto, vice-governador da Bahia, pede voto a Bolsonaro e a ACM Neto (União Brasil), que concorre ao governo do estado. Ele rompeu com o atual governador da Bahia, Rui Costa (PT).

Empresários

Paulo Skaf

O ex-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) Paulo Skaf declarou voto em Bolsonaro no segundo turno. "Ele pode falar o que não deve, mas ele faz o que deve ser feito", afirmou em vídeo.

Quem falta se posicionar

União Brasil
Dirigentes do partido divergem sobre o rumo no segundo turno. De acordo com líderes da sigla, a maioria tende a apoiar Bolsonaro, mas o respaldo ao chefe do Executivo esbarra em duas figuras-chave: Luciano Bivar, presidente da legenda, e ACM Neto, candidato ao Governo da Bahia e secretário-geral da legenda.

ACM Neto
Candidato do União Brasil ao governo da Bahia, onde Lula recebeu 49,73% dos votos, contra 24,31% para Bolsonaro, deve ficar neutro neste segundo turno, mas ainda não anunciou sua posição.

Eduardo Leite
No 2º turno da disputa pelo Governo do Rio Grande do Sul contra o bolsonarista Onyx Lorenzoni (PL), Leite, do PSDB, ainda não declarou apoio a um candidato presidencial. O tucano superou o petista Edegar Pretto por apenas 2.500 votos no primeiro turno.

Michel Temer
Em nota, o ex-presidente diz, sem citar nomes, que apoiará a candidatura que defender a democracia, cumprir a Constituição, promover a pacificação e manter as reformas do seu governo.

Quem declarou neutralidade

PSDB
O partido liberou seus filiados para apoiarem Lula ou Bolsonaro após o primeiro turno. Quadros importantes da sigla, como José Serra e Fernando Henrique Cardoso, apoiaram o petista. Outros tucanos, como o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, apoiaram Bolsonaro.

PSD
A legenda, que abriga simpatizantes de Lula e de Bolsonaro, também ficou neutra. Nota divulgada afirma que o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, "realizou uma consulta às lideranças do partido que apontou a manutenção da neutralidade do PSD no segundo turno". Com isso, "lideranças, parlamentares e filiados estão liberados para definirem seus apoios".

MDB
Na nota que divulgou a decisão dos partidos de liberar o apoio dos filiados no segundo turno, a legenda afirma que cobrará do vencedor a "defesa intransigente da Constituição de 1988 e do Estado Democrático de Direito".

Soraya Thronicke
Pelo Twitter, a senadora, que foi candidata à Presidência pelo União Brasil, afirmou que se manterá neutra. "A maioria dos brasileiros é contra a polarização, e, em respeito, irei me abster. Não apoio nenhum dos candidatos que estão no segundo turno", escreveu.

João Doria

Após eleger-se ao Governo de São Paulo com a campanha BolsoDoria em 2018 e romper com o presidente ao longo do mandato, o empresário afirmou que se manterá neutro na escolha entre Lula e Bolsonaro e também entre Haddad e Tarcísio. Ele cobrou que Lula e Bolsonaro apresentem suas propostas de governo.

Mara Gabrilli
Após o partido liberar os filiados em relação a apoio no segundo turno, Mara Gabrilli, que foi candidata à Vice-Presidência na chapa de Simone Tebet (MDB), disse que não dá seu voto para nenhum dos dois candidatos. "Fico ao lado dos brasileiros e apoiarei o governo que defender meus ideais de país: inclusão, ciência, combate à corrupção, à fome e desigualdade. Serei oposição sensata. Serei sempre construção", escreveu no Twitter.

Apoio dos candidatos a governos

Lula começa o segundo turno das eleições presidenciais com o apoio da maioria dos candidatos a governador que também permanecem na disputa em seus estados. Dos 24 candidatos que disputam o segundo turno em 12 estados, dez apoiam o petista, nove estão com Bolsonaro e outros cinco ainda não indicaram qual posição devem adotar em 30 de outubro.

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