O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu nesta sexta-feira (14), no Rio de Janeiro, que seus eleitores convençam aqueles que votaram no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno a mudar de opção. Mais tarde, em Minas Gerais, pediu que eleitores levem seus "avós e pais" às urnas e os orientem a "votar corretamente".
Em comício em Duque de Caxias (RJ), Bolsonaro disse que eleitores do petista não sabem por que optaram pelo ex-presidente.
"De lá para cá é fácil trazer votos. Não sabem por que estão votando no Lula. Alguns acreditando que vão comer picanha e cerveja toda semana. Só acredita quem quer", disse o presidente.
Bolsonaro também voltou a associar os eleitores do petista ao crime.
"Quando ele passou por mim durante a apuração, onde teve festa no Brasil? Só nos presídios, mais em lugar nenhum."
O presidente discursou no palco com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), do senador reeleito Romário (PL) e outros aliados.
O principal anfitrião era o ex-deputado Washington Reis (MDB), condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a sete anos de prisão por crime ambiental e acusado de corrupção por fraude em escritura pública.
Ao falar, Bolsonaro puxou para o seu lado as deputadas Clarissa Garotinho (União Brasil) e Soraya Santos (MDB), a fim de manter a tentativa de se aproximar do eleitorado feminino.
Ele também mirou em sua fala o eleitorado nordestino, região em que Lula venceu com larga vantagem.
"Essa quadrilha não conseguiu levar água para o Nordeste, e agora diz que vai dar picanha e cerveja para o povo. Bandidos. Usaram o povo nordestino para roubar, assaltar a nação."
Bolsonaro voltou a prometer a aprovação da redução da maioridade penal e do excludente de ilicitude, discurso que já havia feito na campanha de 2018.
O presidente também chamou o Bolsa Família de "esmola" em comparação aos R$ 600 pagos pelo Auxílio Brasil.
"Hoje temos um projeto social de verdade, não uma esmola como era o Bolsa Família. Hoje os mais humildes e os mais pobres recebem no mínimo R$ 600. Sabem porque conseguimos pagar isso? Porque no meu governo não tem corrupção."
No primeiro turno, Bolsonaro superou Lula no Rio de Janeiro por 51% a 40,6% dos votos.
À tarde, Bolsonaro esteve em Belo Horizonte (MG) para um encontro com prefeitos mineiros ao lado do governador reeleito Romeu Zema (Novo). O presidente fez um apelo pelo voto dos idosos.
"Muitos dos nossos avós e pais não votaram. Os idosos não votaram porque a fila era muito grande. Agora é um voto só em Minas. Só para presidente. [...] Vamos levar nossos avós para votar. Eles têm prioridade. Vamos levar para a frente da fila. Vamos pedir, então, que essas pessoas votem acertadamente no dia 30", disse Bolsonaro."
Foi a segunda visita de Bolsonaro a Minas Gerais na mesma semana. Na quarta-feira (12), Bolsonaro participou de inauguração de templo da igreja evangélica Mundial do Poder de Deus. Antes, em 6 de outubro, esteve com empresários em ato promovido Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais).
O foco do presidente no estado é uma tentativa de virada em Minas Gerais. Lula venceu a eleição no estado no primeiro turno por 48,3% a 43,6%.
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