Casa Branca diz que eleições foram justas, e Trump celebra performance de Bolsonaro

Porta-voz de Biden repete mensagem de secretário de Estado e parabeniza país por 'primeiro turno bem-sucedido'

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Washington

Em mais uma manifestação de confiança no sistema eleitoral brasileiro, a porta-voz do presidente Joe Biden, Karine Jean-Pierre, afirmou nesta segunda-feira (3) que "as informações disponíveis indicam que o primeiro turno das eleições foi conduzido de maneira livre, justa, transparente e crível, com todas as instituições relevantes operando de acordo com suas funções constitucionais".

Jean-Pierre também repetiu a mensagem do secretário de Estado, Antony Blinken, responsável pela diplomacia americana, divulgada depois do fechamento das urnas no domingo (2), e voltou a parabenizar "o povo e as instituições do Brasil pelo primeiro turno bem-sucedido."

A porta-voz do presidente Joe Biden, Karine Jean-Pierre, durante entrevista coletiva na Casa Branca, em Washington
A porta-voz do presidente Joe Biden, Karine Jean-Pierre, durante entrevista coletiva na Casa Branca, em Washington - Jonathan Ernst - 28.set.22/Reuters

A Casa Branca vem sendo pressionada por parlamentares americanos para reconhecer o resultado do pleito brasileiro imediatamente, de modo a dificultar uma eventual contestação do resultado das urnas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), mas até aqui não afirmou se fará isso de fato.

Na última semana, o secretário-assistente do Departamento de Estado para o Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, afirmou à Folha que espera se "relacionar o mais rapidamente possível" com o próximo presidente eleito, mas também não respondeu se o reconhecimento será imediato.

Como o pleito não foi definido em primeiro turno, ficou mais fácil para o governo americano se posicionar, e em poucas horas Blinken e a embaixada no Brasil divulgaram nota exaltando o processo no país.

Blinken viajou nesta segunda-feira à América do Sul, onde visitará Colômbia, Chile e Peru, tendo encontros com presidentes e chanceleres. Não fará, entretanto, escala no Brasil. Trata-se da segunda vez que ele vai à região desde que assumiu o posto e a segunda vez que deixa o Brasil de fora. Segundo funcionários do governo americano, seria incomum uma visita da autoridade mais alta da diplomacia em um momento tão próximo das eleições, sob o receio de passar uma imagem de interferência externa no pleito.

Também nesta segunda, o ex-presidente dos EUA Donald Trump, que já havia manifestado apoio a Bolsonaro, disse estar "muito feliz por ter ajudado uma grande pessoa e líder" a chegar ao segundo turno.

"Os eleitores tomaram uma ótima decisão ao dar um apoio tão forte ao brilhante e trabalhador presidente Bolsonaro. Agora, pelo bem do Brasil e de sua grandeza futura, eles têm que levar Jair até a linha de chegada contra um socialista de esquerda radical em 30 de outubro. Vai, Bolsonaro!!!", escreveu ele.

Assim, o republicano se envolve de forma mais ativa na disputa, da mesma maneira como Bolsonaro fez em 2020 —com a diferença de que hoje Trump não ocupa mais um cargo público, ao passo que o presidente brasileiro torceu abertamente para o candidato derrotado.

Em setembro, Trump já havia publicado em rede social que apoiava Bolsonaro. No sábado, véspera da eleição, gravou um vídeo pedindo votos para o brasileiro, assim como seu filho Donald Trump Jr.

Depois que os resultados foram divulgados, ele chegou a parabenizar Bolsonaro por "se sair ‘muito melhor’ do que as imprecisas pesquisas da imprensa fake news" indicavam. "Ele será vitorioso porque o maravilhoso povo do Brasil aprecia o ótimo trabalho que ele fez e está fazendo."

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