Descrição de chapéu Eleições 2022

Lula minimiza impacto de apoio de Rodrigo a Bolsonaro e diz que senadores do PSD irão apoiá-lo

Governador de São Paulo declarou 'apoio incondicional' ao chefe do Executivo nesta terça (4)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou o efeito eleitoral do apoio do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse contar com adesão de senadores do PSD à sua candidatura.

"Eu nunca tive relação com o atual governador de São Paulo. Não sei se ele já decidiu apoiar o meu adversário", disse Lula nesta terça-feira (4), sendo interrompido por uma jornalista que informou a confirmação do endosso do tucano ao atual mandatário.

O petista continuou: "Se ele resolveu apoiar o Bolsonaro, é uma decisão livre e soberana dele. Nós vamos ganhar do Bolsonaro, com o apoio dele [Rodrigo], aqui em São Paulo. Tenho certeza de que eu vou ganhar as eleições em São Paulo".

O ex-presidente Lula (PT) se reuniu com frades franciscanos nesta terça (4)
O ex-presidente Lula (PT) se reuniu com frades franciscanos nesta terça (4) - Zanone Fraissat/Folhapress

Na tarde desta terça, Rodrigo declarou seu apoio incondicional a Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo, e a Bolsonaro na corrida pela Presidência da República.

o PSDB decidiu, após reunião de sua executiva nacional, não se posicionar a favor de Bolsonaro ou de Lula e liberou os filiados para apoiarem quem quiserem no segundo turno da eleição.

Lula disse à imprensa que irá se reunir na próxima quinta-feira (6) com senadores do PSD que irão declarar apoio à sua candidatura, apesar de o presidente da legenda, Gilberto Kassab, apoiar Tarcísio na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.

Segundo a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o encontro está sendo articulado pelos senadores da legenda Otto Alencar e Carlos Fávaro.

A parlamentar afirmou ainda que a campanha do petista está construindo diálogos com os partidos, mas que é preciso "respeitar o tempo" de cada legenda.

Ao ser questionada se avalia ser possível um apoio da União Brasil, Gleisi disse que conversou com o presidente da sigla, Luciano Bivar, mas que é uma "situação mais difícil".

"Eles têm uma situação mais difícil, porque a posição deles em vários estados é uma posição sempre mais à direita, mas temos um bom relacionamento. Pode ser que tenha setores da União Brasil nos apoie", disse.

O ex-presidente Lula se reuniu com o Frei Davi, coordenador da Educafro, e frades franciscanos nesta terça-feira (4), Dia de São Francisco de Assis, no escritório político de sua campanha, em São Paulo.

O encontro com os frades é uma resposta à proliferação de vídeos e mensagens que circulam nas redes sociais associando o ex-presidente Lula ao satanismo.

O perfil do petista no Instagram chegou a compartilhar flyer dizendo que "Lula sempre acreditou em Deus e é cristão" e que ele "não tem pacto nem jamais conversou com o diabo".

Lula recebeu bênção dos frades e ganhou de presente uma imagem de São Francisco de Assis e outra de São Benedito. A socióloga Rosângela da Silva, a Janja, esposa do petista, levou os dois cachorros do casal para também receberem as bênçãos dos religiosos.

O petista disse no começo de sua fala que o encontro desta terça poderia ter sido realizado num convento, mas que ele não gosta de fazer nenhum gesto "que possa parecer que eu estou utilizando a religião para fazer política".

"Gosto de professar a minha fé e demonstrar a minha religião na minha intimidade. Não gosto de ficar fazendo Carnaval."

O ex-presidente Lula, sua esposa, Janja, e os cachorros do casal receberam bênçãos de frades franciscanos nesta terça (4) - Zanone Fraissat/Folhapress

Na tentativa de ampliar o arco de alianças em torno de sua candidatura, o petista deverá se encontrar com a senadora Simone Tebet (MDB), terceira colocada no primeiro turno, nesta quarta-feira (5).

Há uma expectativa que ela apoie o petista. O próprio Lula afirmou à imprensa que conversou com Tebet, sem entrar em detalhes.

Vice na chapa de Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) destacou a manifestação de apoio de aliados da senadora Simone Tebet.

Ele citou o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga e o senador tucano Tasso Jereissati, além do presidente do Cidadania, Roberto Freire. Ele lembrou que Armínio foi um dos principais coordenadores da campanha de Simone Tebet. E disse que outros economistas deverão apoiar o petista.

"Super-importante a posição do PDT, fechada, de apoio ao presidente Lula e também do meu conterrâneo. Quem é meu conterrâneo? Ciro Gomes", disse Alckmin, lembrando que ambos nasceram em Pindamonhangaba, no mesmo hospital, inclusive.

Nesta terça, a campanha de Lula recebeu apoio do PDT e de Ciro Gomes, e do Cidadania. Segundo Gleisi, o presidente do PDT, Carlos Lupi, deverá se reunir com Lula também nesta quarta-feira.

O ex-presidente disse ainda que a campanha irá procurar "personalidades, a sociedade civil, porque tem muita gente importante querendo se posicionar politicamente". "A gente vai tentar conquistar o máximo de apoio possível", afirmou.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.