Descrição de chapéu Eleições 2022

Lula pede a influenciadores para saírem da defensiva diante de ataques bolsonaristas

Declaração foi dada em reunião online aberta com comunicadores simpáticos à candidatura petista

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São Paulo

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta terça-feira (18), em reunião online aberta com comunicadores simpáticos à sua candidatura, que apoiadores saiam da defensiva e parem de apenas desmentir boatos.

Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Simone Tebet (MDB-MS), o deputado eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o presidente do PDT, Carlos Lupi, eram alguns dos presentes.

ex-presidente Lula
Ex-presidente Lula conversa com comunicadores da coligação em encontro via Zoom - Lula no Youtube

"A gente não pode ficar apenas como se fosse alvo, com um escudo, tentando rebater as críticas. É pouco", disse Lula. "A gente não pode só ficar repetindo: 'Lula não vai fechar igreja'. Temos prova histórica. Fui presidente por oito anos, não oito dias. (...) Temos história que a nossa relação com a igreja é a mais democrática, a mais saudável possível."

A campanha do petista se esforça para aumentar a diferença em relação ao segundo colocado nas pesquisas, o presidente Jair Bolsonaro (PL). No último levantamento do Datafolha, divulgado na sexta-feira (14), Lula marcou 49% das intenções de voto totais, ante 44% do adversário.

"É uma eleição muito difícil. Nunca vi na história do Brasil alguém gastar a quantidade de dinheiro que esse homem está gastando", afirmou o petista, em referência às políticas públicas implementadas por Bolsonaro em ano eleitoral.

Em 2022, o governo turbinou o valor do Auxílio Brasil, principal aposta para essas eleições, e pressionou a Petrobras a segurar eventuais aumentos no valor dos combustíveis até a votação do segundo turno presidencial. O preço nas refinarias brasileiras acumulava uma defasagem de 8% nesta segunda (17) em relação à paridade internacional, política implementada no governo de Michel Temer (MDB).

A missão do dia, segundo os presentes, era fazer a entrevista de Lula no podcast Flow bater recorde de audiência. Deixar de divulgar posts que gerem temor nos apoiadores do PT também foi uma instrução citada mais de uma vez.

Um em cada três eleitores declarou ter muito medo de violência durante a campanha, segundo o Datafolha divulgado em 8 de outubro. Em meados de setembro, 9% admitiam deixar de votar por medo.

O deputado federal reeleito André Janones (Avante), um dos destaques das redes nesta campanha, também passou instruções aos presentes. Ele orientou a focar nos adversários, não nos apoiadores dos rivais. Ele se referia à visita que Bolsonaro recebeu nesta segunda de cantores sertanejos.

"Nós não estamos disputando eleição com [os cantores] Zezé [Di Camargo], Leonardo ou [o governador de Minas Gerais] Romeu Zema [Novo]. Esse pessoal tem o direito de votar e apoiar quem eles quiserem", afirmou Janones, minimizando o impacto dos apoios.

A militância nas redes, segundo o deputado, precisa estar preparada para mudanças repentinas, como ocorreu no caso das adolescentes venezuelanas com as quais Bolsonaro afirmou que "pintou um clima". O episódio foi um dos mais comentados no Twitter na noite de sábado (15).

Para Randolfe Rodrigues, coordenador da campanha do petista, a cena "não pode desaparecer das redes", assim como as imagens na basílica de Nossa Senhora Aparecida, onde bolsonaristas hostilizaram um rapaz e atacaram jornalistas da TV Vanguarda e TV Aparecida.

Tebet, que apoiou Lula após perder a corrida presidencial no primeiro turno, reafirmou a necessidade de adotar um tom mais neutro. "Não vamos pregar para convertidos. Nós temos 8,5 milhões de votos em Ciro e Simone, e eu sinto que ainda tem muita dúvida entre esses eleitores", disse.

Ao final, o petista pediu para a senadora se preparar: "nós vamos ter que fazer algumas viagens, alguns comícios por esse país".

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