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Neymar cita gratidão e valores de família ao justificar apoio a Bolsonaro

Jogador da seleção diz que vai comemorar gol no Qatar com número 22 nas mãos e fazer grito imitando Bolsonaro

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Brasília

O jogador da seleção Neymar Jr disse, neste sábado (22), se identificar com os valores de família do presidente Jair Bolsonaro (PL), e citou gratidão por apoiá-lo no "momento mais difícil" de sua vida, em referência à acusação de estupro em 2019, que acabou arquivada posteriormente.

O camisa 10 da seleção brasileira disse ainda que seria maravilhoso ter a reeleição do presidente e o Brasil ganhar a Copa do Mundo do Qatar. Ele participou por meia hora da superlive com o presidente, de Paris, onde mora.

Neymar em live com Bolsonaro - Reprodução

Neymar prometeu ainda fazer o número 22 com os dedos, quando fizer o primeiro gol na Copa do Mundo, e o grito tradicional de Bolsonaro "ihuuu", quando segurar a taça.

"Seria tudo maravilhoso, Bolsonaro reeleito, Brasil campeão e todo mundo feliz", disse o atacante, na abertura da transmissão da campanha do presidente, que teve início às 17h e terá duração de 22 horas.

O jogador minimizou críticas que tem recebido por seu posicionamento nas redes sociais, e afirmou que seu nome sempre esteve em polêmicas.

"O que me motivou a expor, de lutar, expor minha opinião são os valores que o presidente carrega, bem parecidos comigo, com minha família, com tudo que a gente preza. A família que a gente preza, nosso povo, nossas crianças", disse.

"Desde já, convoco a todos que não se posicionaram, porque você tem sim a sua liberdade de se expressar, expressar seus sentimentos e valores".

O meia-atacante lembrou o episódio envolvendo modelo Najila Trindade Mendes de Souza, que acusou-o de agressão e estupro.

Assim que a denúncia se tornou pública, o presidente disse que Neymar seria inocente, em 2019. O caso foi arquivado no ano seguinte.

"No momento mais difícil da minha vida, o presidente foi o primeiro a se posicionar publicamente e dizendo que estava do meu lado. Quando vi o que estava acontecendo, senti no meu coração que deveria retribuir esse carinho", afirmou.

O jogador já esteve ao lado do presidente em outros momentos. Ele foi visitado por Bolsonaro em 2019, quando o jogador se lesionou durante amistoso.

Além disso, Neymar pai já se encontrou com Bolsonaro em Brasília. O jogador tem uma dívida milionária com a Receita Federal, e o caso está na Justiça. Ele foi recebido também por Paulo Guedes e pelo então secretário especial da Receita, Marcos Cintra.

Adversário do presidente na disputa, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), evocou o episódio para comentar o apoio do jogador a Bolsonaro, nesta semana.

"O Neymar tem o direito de escolher quem ele quiser para ser presidente. Eu acho que ele tá com medo se eu ganhar as eleições, eu vá saber o que o Bolsonaro perdoou da dívida do imposto de renda dele. Eu acho que é isso que ele tá com medo de mim", disse Lula.

A superlive foi anunciada pelo presidente na véspera, durante sua entrevista ao SBT --que seria um debate, se Lula tivesse comparecido.

Participam dela ministros como Fábio Faria (Comunicações), Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública), Paulo Guedes (Economia), além de parlamentares e lideranças evangélicas, entre outros. Bolsonaro voltará a participar da transmissão no seu encerramento no domingo (23), às 14h30, ao lado do cantor sertanejo Gusttavo Lima.

O presidente aproveitou sua participação para tentar diminuir a abstenção, pedindo que as pessoas votem no próximo dia 30. Ele agradeceu o apoio do camisa 10 da seleção, e disse que há "perseguição" a artistas que o apoiam.

Em mais de um momento, a apresentadora Carol Celato pediu que Neymar desse um recado aos jovens. O presidente precisa diminuir sua rejeição esse segmento de eleitores.

Bolsonaro ressaltou, então, a influência de Neymar e dele próprio entre os jovens. "Hoje a cada dez [meninos] aparece pelo menos um que quer ser Bolsonaro, mas uns cinco são Neymar", disse Bolsonaro.

Depois da primeira hora, o chefe do Executivo deixou a transmissão para seguir com agenda de campanha. Ministros passaram a conduzir a live.

Nela, falaram sobre "censura", em referência aos direitos de resposta do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) concedidos à campanha de Lula, sem mencionar a corte.

"Do ponto de vista jurídico, legal, é surreal o que está acontecendo. Tá todo mundo espantado", disse Anderson Torres.

Também discutiram sobre política e como o Congresso é hoje majoritariamente de centro direita - o termo passou a ser usado pelo presidente e seus aliados, durante a campanha, para descrever os eleitos alinhados a Bolsonaro.

Paulo Guedes disse que, se Bolsonaro ganhar, a polarização no país acaba. "Se o Bolsonaro vence o Lula se aposenta. E o Bolsonaro não pode ser reeleito. Então, naturalmente os candidatos que seriam [Romeu] Zema, Tarcísio [de Freitas] todo mundo já é de centro, acabou a polarização. Acabou a divisão no Brasil", disse o titular da Economia.

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