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Tarcísio em 1º em SP surpreende Haddad e dá força ao bolsonarismo

Campanha de Tarcísio já esperava encostar ou ultrapassar o petista neste domingo

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São Paulo

O candidato de Jair Bolsonaro (PL) ao Governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), terminou em primeiro lugar com 42,3%, à frente de Fernando Haddad (PT), candidato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve 35,7% de votos válidos.

Até a reta final, Tarcísio aparecia em segundo lugar nas pesquisas. O bolsonarista, no entanto, estava numa curva crescente, ao contrário de Haddad, que foi desidratando. Tarcísio é visto como favorito no estado, que é tido como conservador e que sempre elegeu governadores de direita.

Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao votar neste domingo (2), em São José dos Campos (SP) - Ronny Santos/Folhapress

O resultado não surpreendeu a campanha de Tarcísio, que, desde o fim da semana passada, esperava que o bolsonarista terminasse colado no petista ou à frente dele.

Os aliados de Tarcísio consideravam importante que o candidato tivesse uma vantagem numérica sobre Haddad, para que o petista chegasse diminuído ao segundo turno. Além disso, a chegada em primeiro lugar fortalece o palanque de Bolsonaro no estado.

Em São Paulo, Bolsonaro terminou com 47,7%, e Lula teve 40,9%.

Entre aliados de Haddad, o clima na noite deste domingo (2) era de surpresa com uma onda bolsonarista não captada pelas pesquisas de opinião. O petista passou a campanha reservando críticas mais duras a Rodrigo do que a Tarcísio, na expectativa de tirar o tucano do segundo turno e com a previsão de que enfrentar o bolsonarista seria mais fácil.

Em entrevista à imprensa, Haddad afirmou que o voto útil favoreceu o bolsonarismo, já que parte dos votos que iriam para Rodrigo migraram para Tarcísio.

Na avaliação dele, como aqueles favoráveis a Tarcísio dentro do grupo de eleitores tucanos já mudaram seu voto no primeiro turno, ainda cabe disputar o voto do contingente que permaneceu fiel ao tucano, que marcou 18,4% dos votos.

"[O resultado] era um pouco menos do que almejávamos, mas perto dos 40% que era a meta do estabelecida do início da campanha", disse Haddad, ressaltando que foi o melhor resultado do PT no estado e que vê boas perspectivas para o segundo turno.

A campanha de Lula avaliou que Haddad cometeu um erro na estratégia de preservar Tarcísio e mirar sua artilharia em Rodrigo.

As pesquisas do comando da campanha nacional já apontavam uma reação de crescimento de Tarcísio e de Marcos Pontes (PL), eleito para o Senado —o que foi informado para a coordenação da campanha de Haddad, que alegou ter outro número.

Nas palavras de um íntimo aliado de Lula, São Paulo foi o calcanhar de Aquiles do ex-presidente.

Tarcísio vinha reduzindo distância de Haddad desde agosto

A diferença entre Haddad e Tarcísio já vinha caindo nas simulações de segundo turno do Datafolha. Em 18 de agosto, o petista tinha 53% contra 31%. Na pesquisa de véspera, no sábado (1º), a diferença era de 5 pontos —46% a 41% para Haddad.

Além da derrota para Tarcísio no primeiro turno, outro índice que evidencia a dificuldade de Haddad no segundo turno é sua rejeição —de 40% contra 33% de Tarcísio.

Há ainda, sobretudo da parte de aliados de Tarcísio, a expectativa de que os votos de Rodrigo migrem para o bolsonarista. Segundo o Datafolha, 44% dos eleitores tucanos escolheriam Tarcísio e 33%, Haddad.

No segundo turno, a campanha de Tarcísio planeja seguir a estratégia de explorar o apoio de Bolsonaro o máximo possível, em eventos, carreatas e propagandas no rádio e na TV.

A equipe de Tarcísio também quer aumentar a carga contra Haddad, apontando suas falhas na gestão na Prefeitura de São Paulo.

Colaborou Catia Seabra, de São Paulo

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