Descrição de chapéu Eleições 2022

Novos perfis criados por Carla Zambelli para driblar Justiça também são derrubados

Deputada teve contas suspensas por ordem judicial do TSE; aliada de Bolsonaro fez posts de incentivo a atos golpistas

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São Paulo

Depois de ter seus perfis nas redes sociais suspensos por decisão judicial, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) divulgou links para suas novas contas na madrugada desta quarta-feira (2) em uma tentativa de driblar as determinações. No mesmo dia, porém, os novos perfis foram derrubados após nova decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O teor das decisões, no entanto, está sob sigilo.

Aliada do presidente Jair Bolsonaro (PL), Zambelli vinha fazendo postagens favoráveis às manifestações golpistas em favor do mandatário. Desde a noite de domingo (30), a militância mais radicalizada faz centenas de bloqueios em estradas pelo país questionando o resultado da eleição, que teve Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como vencedor.

"Parabéns, caminhoneiros. Permaneçam, não esmoreçam", escreveu ela na segunda-feira (31), por exemplo. Zambelli é uma das figuras políticas do bolsonarismo com maior engajamento nas redes.

"Eles estão tirando a voz da mulher mais votada do Brasil", diz Zambelli no vídeo, que encerra com uma frase em tom de pergunta sugerindo que o país estaria em uma ditadura. "A pergunta é: qual é o próximo passo? A ditadura já chegou no Brasil?".

deputada fala ao microfone
A deputada federal Carla Zambelli durante evento na Câmara dos Deputados - Michel Jesus - 22.abr.19/Câmara dos Deputados

Nesta terça (1º), os perfis de Zambelli tinham sido suspensos em diferentes redes como Twitter, Facebook e Instagram. No Twitter, constava que ela havia sido retida por decisão judicial.

Zambelli cita no vídeo que a decisão é do juiz Marco Antônio Martin Vargas. O magistrado atua desde outubro como juiz auxiliar da presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que tem Alexandre de Moraes à frente.

Ela diz que foram bloqueadas suas contas no Instagram, Facebook, YouTube, Twitter, Gettr, LinkedIn, TikTok, Telegram e também seu WhatsApp.

Como mostrou a Folha, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tem enviado desde a tarde de segunda (31) uma série de ordens judiciais às plataformas determinando a remoção de grupos de WhatsApp e Telegram com convocação para paralisações nas estradas e pedido de uso das Forças Armadas para um golpe militar.

"Como vocês sabem, fui censurada pelo TSE. Peço que compartilhem este vídeo em suas redes e espalhem os novos links das novas redes, por favor", escreveu Zambelli na nova conta. A deputada também postou o vídeo e os links das novas redes em seu canal no Telegram que continuava no ar e onde ainda permanecem seu histórico de mensagens e seguidores.

No canal ainda estão conteúdos como um vídeo de manifestantes bolsonaristas bloqueando uma rodovia com a legenda: "Ativistas começam a parar São Paulo".

Na segunda-feira à noite, quando os bloqueios nas estradas foram escalando ao longo do dia, ela publicou um vídeo acompanhado da legenda "mensagem da Zambelli aos patriotas". Ela não citou os bloqueios diretamente e escreveu que "a chama da esperança não deve apagar". O conteúdo foi amplamente divulgado nos grupos de mobilização desde então.

"A gente sabe que o sentimento da maioria da população é de angústia, de tristeza e talvez até um pouco de raiva mesmo", diz ela no vídeo em que pede aos apoiadores serenidade, além de lealdade ao presidente.

"O resultado dessa eleição não reflete o que representa Jair Bolsonaro para todos nós, não reflete o carinho que a população tem com o presidente, não reflete sequer o sentimento da maioria da população". Zambelli diz ainda que era para aguardar o pronunciamento de Bolsonaro e "apoiá-lo sobre todas as coisas".

No último sábado (29), véspera do segundo turno das eleições, Zambelli foi filmada perseguindo, com uma arma em punho, um eleitor do presidente eleito Lula (PT) que a insultou.

Ela chegou a entrar em um bar da região dos Jardins, em São Paulo, apontando a arma para o homem e mandando ele se deitar no chão.

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