Descrição de chapéu transição de governo

CCBB será sede de governo pela 5ª vez ao receber equipe de Lula; veja imagens

Prédio projetado por Niemeyer já abrigou três transições e um governo efetivo, durante as reformas do Palácio do Planalto

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Brasília

Pela quinta vez em sua história, o CCBB (Centro Cultural Branco do Brasil) de Brasília será a sede dos trabalhos de equipes de um futuro governo, ou mesmo de um governo em atividade.

Distante 5 km do Palácio do Planalto, o prédio reservará a partir desta semana cerca de 3.000 metros quadrados para os trabalhos da transição do governo de Jair Bolsonaro (PL) para o de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Funcionários trabalham no CCBB de Brasília, sede da transição de governo entre Bolsonaro e Lula - Gabriela Biló/Folhapress

O CCBB de Brasília, cujo nome original é Edifício Presidente Tancredo Neves, foi projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012) e começou a ser construído no final dos anos 80, sendo inaugurado em 1993 como espaço de formação do banco.

Em 2000, passou a ser centro cultural, abrigando várias exposições e atividades artísticas, em um complexo que reúne praça central, jardins, teatro, sala de cinema, café, restaurante, espaços de convivência e salas de trabalho.

Dois anos depois, com edição de lei específica pelo governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o local abrigou a primeira transição de governo, do tucano para Lula (PT), em 2002.

As outras transições sediadas no CCBB foram em 2010, de Lula para Dilma Rousseff (PT), e em 2018, de Michel Temer (MDB) para Bolsonaro.

Além disso, o espaço abrigou por pouco mais de um ano, de março de 2009 a junho de 2010, o então presidente Lula (em um período de seu segundo mandato) e parte de seu governo, durante as obras de reforma do Palácio do Planalto.

A reforma incluiu restauração e substituição das redes hidráulica, elétrica e de ar-condicionado e a ampliação dos elevadores, além da construção de uma garagem para 500 carros, ao custo de R$ 103 milhões.

Caminhão descarrega mudança do Palácio do Planalto para o CCBB, em 2009, no governo Lula
Caminhão descarrega mudança do Palácio do Planalto para o CCBB, em 2009, no governo Lula - Sérgio Lima - 06.mar.2009/Folhapress

Antes da lei de 2002 que estabeleceu as regras para as transições de governo, os trabalhos de coleta de informações e planejamento das novas equipes eram feitos informalmente.

Na passagem do governo de José Sarney (1985-1990) para Fernando Collor de Mello (1990-1992), em 1990, por exemplo, as equipes da nova gestão, incluindo o então presidente eleito, ficaram no chamado "Bolo de Noiva", um espaço anexo ao Palácio do Itamaraty, bem próximo ao Congresso e ao Palácio do Planalto.

O prédio, também projetado por Niemeyer, recebeu o apelido devido ao formato arredondado e por causa dos pavimentos construídos com diâmetros diferentes (vão diminuindo à medida que sobem os andares), formando degraus como as camadas de um bolo.

A grande movimentação nos meses que antecederam a posse de Collor, primeiro presidente eleito pelo voto popular após o fim da ditadura militar (1964-1985), levou o local a ofuscar o Palácio do Planalto.

É na transição que a equipe do presidente eleito obtém informações detalhadas sobre a situação das contas públicas, dos programas e projetos do governo federal, bem como do funcionamento dos órgãos.

Essa etapa é crucial para que o futuro chefe do Executivo possa traçar um plano de ação e tomar decisões sobre os primeiros passos ao assumir o cargo.

Nesta sexta-feira (4), o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, nomeou o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), indicado por Lula, para coordenar a equipe de transição.

A nomeação saiu no Diário Oficial da União e oficializa o processo de troca entre as gestões. Alckmin vai desempenhar o cargo especial de transição governamental.

Na quinta-feira (3), o ex-tucano teve as primeiras reuniões em Brasília com o atual governo. Nesta sexta, a equipe do governo eleito fez a primeira visita ao CCBB. A futura gestão, conforme a lei, poderá indicar mais 50 nomes até 31 de dezembro. A previsão é a de que Lula chegue a Brasília na terça-feira (8).

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