Descrição de chapéu transição de governo

Mourão critica encontro de Moraes com PMs e fala em 'ápice do autoritarismo'

Vice-presidente também diz que multa após ação do PL é 'absurda' e resultado de 'vingança'

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São Paulo

O vice-presidente da República e senador eleito, Hamilton Mourão (Republicanos-RS), criticou nesta quinta-feira (24) o encontro do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, com comandantes estaduais das Polícias Militares.

"Some-se a este estado de coisas a foto do presidente do TSE ladeado por alguns comandantes das PMs, materializando o ápice do autoritarismo e ferindo de morte o pacto federativo", afirmou Mourão em uma postagem nas redes sociais.

O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, durante reunião com comandantes de Polícia Militar nos estados - Pedro Ladeira-23.nov.22/Folhapress

O senador eleito disse ainda que é chegada a hora da direita conservadora se organizar para combater a esquerda revolucionária.

"Necessário é reagir com firmeza, prudência e conhecimento; dentro dos ditames democráticos e constitucionais, para restabelecer o Estado democrático de Direito no Brasil."

Mourão chamou de "absurda" a multa por litigância de má-fé, no valor de R$ 23 milhões, determinada por Moraes após ação golpista do PL para tentar invalidar votos de urnas no segundo turno das eleições.

Segundo ele, há uma "polêmica justificada em função da questão da confiabilidade das urnas eletrônicas e das ações contundentes e exacerbadas do TSE".

O recurso do PL, segundo Mourão, "não dá ao TSE o direito de rejeitá-lo peremptoriamente e extrapolar, mais uma vez, por intermédio de multa absurda e inclusão dos demandantes em inquérito notadamente ilegal".

"Supressão discricionária do direito de recorrer e sanções desproporcionais configuram vingança, tudo que o país não precisa neste momento", disse o vice-presidente.

Moraes e a equipe do governo de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), receberam comandantes estaduais da Polícia Militar nesta quarta (23). Foram realizadas duas reuniões que marcaram aproximação com o setor que integra a base de apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Senador eleito e um dos coordenadores do grupo técnico de Justiça e Segurança Pública do governo de transição, Flávio Dino (PSB-MA) disse que a relação da equipe de Lula com os comandos da PM caminha para a "normalização".

Em nota, Alexandre de Moraes agradeceu o apoio dos policiais na organização das eleições. O ministro ressaltou também o "compromisso com a democracia" ao se reunir com comandantes das corporações estaduais no TSE para fazer um balanço do trabalho conjunto.

Os encontros com os comandantes das PMs ocorrem no momento em que Bolsonaro e seu partido, o PL, inflam os atos golpistas em rodovias e em frente a quartéis de contestações à vitória eleitoral de Lula.

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