Descrição de chapéu Congresso Nacional

Datafolha: Congresso reduz reprovação e é mais bem avaliado por eleitores de Bolsonaro

Trabalho de deputados e senadores é ótimo ou bom para 20%, índice que sobe para 24% entre os que votaram no presidente

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Brasília

Os atuais deputados federais e senadores registraram melhor avaliação popular nesta reta final de legislatura, mostra pesquisa do Datafolha, que aponta também uma maior satisfação de eleitores de Jair Bolsonaro (PL) com o desempenho do Congresso.

Eleitos na onda antipolítica de 2018, os 594 parlamentares têm o trabalho aprovado por 20% da população diz o instituto, contra rejeição de 26%.

Na última pesquisa, feita há cinco meses, o índice de ótimo e bom era de apenas 12% e o de ruim e péssimo, 39%. Os números também são melhores do que os observados nos encerramentos das duas últimas legislaturas, em 2014 e 2018, as mais mal avaliadas de toda a série histórica do instituto.

Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) - Ueslei Marcelino-12.dez.2022/Reuters

Quando os dados são estratificados por quem votou em Bolsonaro no segundo turno das eleições, a satisfação com o atual Congresso é maior: 24%.

Já entre quem declarou ter votado em Luiz Inácio Lula da Silva (PT), há o cenário inverso, a visão simpática sobre o desempenho dos atuais congressistas é numericamente menor do que a média geral, ficando em 18%.

O Congresso eleito em 2018 na onda bolsonarista representou a maior renovação na Câmara desde pelo menos 1998. O então nanico PSL de Bolsonaro (hoje o presidente está no PL, e o PSL se chama União Brasil), por exemplo, elegeu 52 deputados e se tornou a segunda maior bancada da Casa.

O perfil da Câmara também foi alterado, elevando a representação de militares e líderes evangélicos, enquanto a de professores e médicos registrou queda.

o próximo Congresso, que toma posse em 1º de fevereiro, observou um reforço na base mais radical do bolsonarismo, tanto na Câmara como no Senado, mas o PT de Lula também cresceu.

Os números do Datafolha mostram que a avaliação popular do trabalho do Congresso passou por várias movimentações nesses últimos quatro anos. O índice de ótimo e bom começou em 22%, em abril de 2019, caiu a 10% em dezembro de 2021 e voltou a se recuperar neste ano eleitoral.

Em 2022, o Congresso aprovou, sob o comando do centrão, um pacote de bondades eleitorais que incluiu a elevação do Auxílio Brasil a R$ 600.

E, recentemente, o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional as chamadas emendas de relator, que davam aos parlamentares o poder de direcionar quase R$ 20 bilhões do Orçamento federal.

O atual comando das duas Casas é exercido desde o início de 2021 por Arthur Lira (PP-AL), na Câmara, e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no Senado. No biênio anterior, 2019-2020, as duas cadeiras foram ocupadas por Rodrigo Maia (PSDB-RJ) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AL).

Os picos de rejeição aos atuais congressistas ocorreram em dezembro de 2019 (45%) e setembro de 2021 (44%), segundo o Datafolha.

O principal projeto aprovado por deputados e senadores em 2019 foi a reforma da Previdência. Em 2021 o país já estava no segundo ano sob a Covid-19.

A atual pesquisa foi realizada em 19 e 20 de dezembro, com 2.026 eleitores de 126 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Em toda a série histórica do Datafolha, somente uma vez a avaliação positiva do Congresso esteve numericamente acima da negativa. Foi em dezembro de 2003, primeiro ano da primeira gestão de Lula. —24% a 22%, ou seja, em empate técnico dentro da margem de erro.

Os picos negativos ocorreram em 1993 e 2017.

Na primeira ocasião, 56% de reprovação e 7% de aprovação, o país passava por hiperinflação e também assistia à revelação do desvio de recursos federais para o bolso de políticos, escândalo que ficou conhecido como o dos anões do Orçamento.

No segundo pico, com 60% de reprovação e apenas 5% de aprovação, recorde negativo de toda a série histórica, a Câmara havia barrado pouco tempo antes, pela segunda vez, o afastamento do presidente Michel Temer (MDB) em decorrência de denúncias de corrupção feitas pela Procuradoria-Geral da República.

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