A Folha recebeu na noite desta quarta-feira (7) o Grande Prêmio CNT de Jornalismo de 2022 em evento realizado em Brasília.
A premiação se deve à série de reportagens que revelou dribles licitatórios e indícios de corrupção em meio a esquemas com empresa de fachada e direcionamentos diversos na estatal Codevasf no governo de Jair Bolsonaro (PL).
As reportagens foram produzidas pelos jornalistas Flávio Ferreira, Mateus Vargas e Guilherme Garcia e publicadas a partir de abril. A entrega do prêmio foi realizada em cerimônia no Centro Internacional de Convenções do Brasil.
A investigação jornalística começou a partir de um levantamento do Deltafolha, setor de jornalismo de dados da Folha, sobre as empresas que mais receberam recursos federais nos últimos anos.
A série mostrou que a Codevasf mudou sua vocação histórica de fazer projetos de irrigação no semiárido para se tornar uma grande executora de obras de pavimentação e distribuidora de veículos, máquinas e produtos a redutos de padrinhos de emendas parlamentares.
A apuração inicial durou quatro meses e aliou jornalismo de dados e investigação política e orçamentária em São Paulo e Brasília a apurações de campo nos estados do Maranhão e do Tocantins.
A reportagem provocou a abertura de auditorias pelo TCU (Tribunal de Contas da União) que levantaram indícios da existência de um cartel de empresas de pavimentação nas licitações da estatal.
As informações da série também já foram usadas pela Polícia Federal em apurações de corrupção na Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), entregue por Bolsonaro ao centrão em troca de apoio político.
O prêmio, concedido pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) e que está em sua 29ª edição, é um dos principais do país e prestigia reportagens na área de transportes e mobilidade urbana.
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