O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou ao dar posse a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que o presidente da República terá uma nova chance de "fazer mais" e "fazer melhor", e que talvez essas tenham sido as eleições mais importantes da história.
"Nas eleições de 2022, a democracia brasileira foi testada e saiu-se vitoriosa. É possível que tenha sido o processo eleitoral mais importante de nossa história após a redemocratização. O tempo dirá", disse.
Pacheco afirmou que "a hora é de pacificação" e que Lula terá a difícil tarefa de unir o país, de desencorajar o revanchismo, coibir atos de violência, reestabelecer a verdade, fortalecer a liberdade de imprensa, honrar a Constituição Federal e venerar a democracia.
Disse também que o novo governo chega com desafios "complexos", como garantir de compromissos sociais e administrar com responsabilidade fiscal.
Em seu discurso, o senador defendeu a aprovação da reforma tributária e afirmou que o Parlamento atual é reformista e progressista —e demonstra preocupação com as mulheres, o combate ao racismo, e as causas ambientais.
Com a assinatura do termo de posse, Lula se torna oficialmente presidente do Brasil pela terceira vez, o primeiro a conquistar o feito, e retorna ao comando do Palácio do Planalto após oito anos.
O petista também é o primeiro brasileiro a derrotar um presidente que concorria à reeleição.
Pacheco foi eleito para comandar o Senado com apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e passou o primeiro ano à frente do cargo se equilibrando entre petistas e bolsonaristas.
Na cerimônia de posse, o senador elogiou Lula e o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB). Afirmou que os dois são "homens públicos experientes, capazes e habilidosos" e que, por isso, "há um sentimento de renovada confiança".
Disse ainda que a união de dois antigos rivais, que se enfrentaram nas eleições de 2006, é um sinal claro de que os interesses do país estão "além e acima" de questões partidárias, e de que é preciso "é preciso unir forças pelo Brasil".
O presidente do Congresso destacou que o petista volta ao Palácio do Planalto com a experiência de oito anos de mandato, "que se destacaram pela inclusão social, pelo crescimento econômico, pelo respeito às instituições".
O senador decidiu ficar neutro nas eleições, mas se aproximou de Lula durante a campanha e deve contar com a base do petista para derrotar o senador eleito Rogério Marinho (PL-RN).
Aliados do mineiro afirmam que ele foi decisivo para frear as investidas de Bolsonaro contra a democracia e apaziguar a relação entre o Palácio do Planalto e o STF (Supremo Tribunal Federal).
O presidente do Senado rejeitou, por exemplo, o pedido de impeachment apresentado por Bolsonaro contra o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministro do STF Alexandre de Moraes —o que irritou bolsonaristas.
Pacheco lembrou a pandemia de Covid-19, elogiou profissionais de saúde e disse que a crise sanitária deixou "perdas irreparáveis nos lares Brasil afora", além de marcas sociais e econômicas de longo alcance.
"Não posso fazer esse pronunciamento, para honrar a memória das vítimas da pandemia e seus familiares, sem fazer o registro aos profissionais da saúde, que demonstraram a essência da solidariedade dos brasileiros e brasileiras", afirmou.
Pacheco elogiou a Justiça Eleitoral por meio de Moraes, um dos principais alvos dos ataques de Bolsonaro e de seus apoiadores.
"As instituições foram capazes de garantir a vontade da soberania popular, que se manifestou por meio dos votos no processo eleitoral, e resultou na escolha majoritária da frente ampla defendida pela chapa vitoriosa", completou o parlamentar.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), usou uma rede social para comentar a posse.
"A Casa do Povo e da Democracia escreveu hoje mais um capítulo de nossa História", escreveu Lira. "É hora de celebrarmos a estabilidade de nossas instituições e torcer pelo futuro do Brasil e dos brasileiros."
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.