Policial federal é anunciado como secretário da Segurança Pública do DF

Sandro Avelar deve reassumir posto que ocupou em governo do PT, após fim da intervenção federal

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Brasília

O delegado da Polícia Federal Sandro Avelar será o novo secretário da Segurança Pública do Distrito Federal. Ele assumirá o cargo após o fim da intervenção federal na área de segurança, prevista para 31 de janeiro.

Avelar já ocupou o cargo durante o governo de Agnelo Queiroz (PT), entre 2011 e 2014. Ele deixou o posto no fim da gestão petista no DF para concorrer a deputado federal pelo MDB, mas não se elegeu.

Em 2021, Avelar foi nomeado diretor-executivo da Polícia Federal, o segundo cargo na hierarquia da corporação.

Avelar assume o posto deixado por Anderson Torres, exonerado por Ibaneis Rocha (MDB) no dia 8, quando ocorreram os ataques golpistas e horas antes de o emedebista ser afastado do governo do Distrito Federal por ordem do STF.

Sandro Avelar, anunciado secretário de Segurança do DF
Sandro Avelar, anunciado secretário de Segurança do DF - Valter Campanato/Agência Brasil

A governadora interina, Celina Leão (PP), eleita vice-governadora na chapa com Ibaneis, buscou o aval do governo federal para a escolha de Avelar.

Na segunda-feira (23), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), teve uma reunião com Celina, em que ela apresentou nomes como possíveis futuros secretários.

Além de Avelar, foi mencionado o nome de Julio Danilo, que também já chefiou a pasta no DF e foi responsável pelo plano de segurança distrital para a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com interlocutores, na reunião Celina pediu ao ministro da Justiça que indicasse seu preferido. Dino, ainda de acordo com relatos, afirmou que a decisão cabia à governadora. Celina pretendia nomear alguém escolhido pelo próprio governo Lula, para evitar se indispor com o Executivo federal.

A governadora interina assumiu o cargo após o afastamento do governador eleito no pleito de 2022, Ibaneis Rocha. Ele foi retirado do cargo por 90 dias após decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, na sequência dos atos golpistas de 8 de janeiro.

A decisão do ministro do STF foi tomada após o governo federal decretar a intervenção federal na Segurança Pública do DF até o fim de janeiro.

A governadora em exercício do DF, Celina Leão - Pedro Ladeira/Folhapress

A harmonia com o governo federal foi a tônica do curto discurso de Celina para anunciar a escolha de Avelar.

"O momento exige espírito de colaboração do governo distrital com o federal. Desde o primeiro dia há um espírito de colaboração. [O interventor federal Ricardo] Capelli tem sido de elegância e gentileza conosco o tempo todo", disse.

O interventor federal foi na mesma linha. "O governo desde o primeiro momento da intervenção teve postura colaborativa", apontou.

Segundo Celina, o anúncio foi feito nesta quarta-feira (25), uma semana antes do fim da intervenção, para que Avelar possa se inteirar do plano de segurança do DF para o dia 1º de fevereiro —dia da posse das novas legislaturas no Congresso e da abertura do ano no Judiciário.

De acordo com Capelli, tanto o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), como a presidente do STF, ministra Rosa Weber, pediram uma atenção especial da segurança pública do DF para a ocasião.

"Não há nada alarmante apontado [para o dia 1º], mas a gente já está com plano pronto e marcou para o dia 30, às 17h, repassar e bater informações de inteligência", acrescentou.

O interventor explicou ainda que a ideia é repetir o que foi feito no dia 11 de janeiro, quando houve ameaça de novos protestos em Brasília.

Naquele dia, uma quarta-feira, estava prevista uma manifestação bolsonarista convocada pelas redes sociais. Para evitar algo semelhante ao ocorrido no dia 8, as forças de segurança montaram um forte esquema de segurança que contava com drones, helicópteros e a cavalaria da Polícia Militar, entre outros.

O protesto, no entanto, teve adesão quase nula e somente três bolsonaristas apareceram na Esplanada dos Ministérios.

A manifestação bolsonarista do dia 11 de janeiro aconteceu no rescaldo da prisão dos golpistas acampados em frente ao quartel-general do Exército, localizado no Setor Militar Urbano, em Brasília.

O acampamento foi desmontado e seus ocupantes detidos em 9 de janeiro, dia seguinte da invasão à sede dos três Poderes constitucionais.

Os primeiros manifestantes, que pediam uma intervenção militar para impedir a posse do presidente Lula, acamparam no local em 31 de outubro, dia seguinte do segundo turno que sacramentou a vitória do petista sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Além do plano de segurança para o início de fevereiro, Capelli trabalha no relatório da intervenção que será apresentado ao ministro da Justiça e a Moraes.

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