Datafolha: Lula é aprovado por 33% e reprovado por 30% em SP após 3 meses

Patamar de ótimo ou bom é inferior ao da média nacional, mas cenário mostra divisão no estado semelhante à do país

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São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem avaliação positiva no estado de São Paulo inferior à média nacional, indica nova pesquisa Datafolha. Seu governo é aprovado por 33% e reprovado por 30% dos paulistas, percentuais que, no conjunto do Brasil, são de 38% e de 29%, respectivamente.

A gestão do petista é considerada regular por 34% dos entrevistados em São Paulo, contra 30% do índice nacional. Não souberam opinar, em ambos os levantamentos, 3%.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília - Ueslei Marcelino - 6.abr.23/Reuters

O quadro evidencia obstáculos para o mandatário no maior colégio eleitoral do país, que irradia decisões de impacto político e econômico e onde o antipetismo tem historicamente força significativa. Considerando somente a votação no estado no segundo turno em 2022, Lula ficou atrás de Jair Bolsonaro (PL), por 55% a 45%.

Para concluir que em São Paulo, proporcionalmente, menos pessoas respondem que o governo federal é ótimo ou bom, o Datafolha ouviu pessoalmente no estado 1.806 pessoas, com 16 anos ou mais, em 65 municípios. A mais abrangente fez 2.028 entrevistas em 126 cidades espalhadas por todo o Brasil. A margem de erro das duas pesquisas é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Sob a ótica política, o recorte estadual não difere muito do retrato geral: a divisão de opiniões permanece como reflexo de um processo eleitoral polarizado, do qual Lula saiu vencedor com a margem de votos mais apertada desde a redemocratização, apenas 1,8 ponto percentual à frente do rival.

Resistem também tendências vistas nas urnas, como o maior apoio ao líder do PT na região metropolitana da capital e a predileção do interior por Bolsonaro —mesma divisão geográfica ocorrida na votação e na aprovação do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado do ex-presidente.

A área metropolitana, que deu mais votos a Lula do que a Bolsonaro no segundo turno, hoje abriga 37% de opiniões ótimo/bom, 33% de regular e 26% de ruim/péssimo, percentuais que no conjunto dos demais municípios são de 29%, 35% e 32%, respectivamente.

Entre os paulistas que votaram no petista para presidente, a avaliação é mais positiva não só do que a média do estado, mas também do que a média nacional aferida pelo Datafolha. O governo é visto como ótimo/bom por 68%, regular por 27% e ruim/péssimo por 3% da parcela que teclou 13 na urna.

Já entre eleitores de São Paulo que optaram por Bolsonaro, as taxas são de 8%, 33% e 56%, respectivamente.

No conjunto do estado, 56% afirmam que Lula fez pelo país menos do que esperavam (a taxa nacional é de 51%), ao passo que 11% dizem que ele realizou mais do que era previsto (no país, são 18%). Para 28%, ele ficou dentro das expectativas (25% nacionalmente).

Em seu terceiro mandato, o petista priorizou nos cem primeiros dias à frente do Planalto o retorno de programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, mas patinou na esfera econômica, com a população ainda sentindo os efeitos da inflação e o mercado relatando um cenário instável.

Lula se fez presente no estado com seu envolvimento no socorro às vítimas do temporal que deixou 65 mortos no litoral norte, em fevereiro. Ele atuou em conjunto com Tarcísio e apregoou a colaboração republicana entre governantes mesmo que tenham ideologias e partidos diferentes.

Apesar dos discursos em prol da colaboração —o governador já disse que os dois são sócios e que o estado depende do país para ir bem, e vice-versa—, seus eleitores mantêm desconfianças mútuas.

Entre os que votaram em Tarcísio no segundo turno, quase metade (48%) avalia o governo Lula como ruim/péssimo. Outros 33% o veem como regular. E 15% consideram o mandato ótimo/bom, opinião que é expressa por expressivos 65% dos que escolheram Fernando Haddad (PT) no pleito local.

Outro capítulo da pesquisa reforça o ceticismo ampliado dos paulistas com o presidente.

Para 54%, ele cumprirá parte das promessas de campanha, mas não a maioria (nacionalmente, 50% pensam assim). Outros 23% dizem que o petista honrará a maior parte dos compromissos assumidos (no país, são 28%).

A taxa dos que acham que ele não cumprirá nada é de 22% em São Paulo e de 21% na média do Brasil.

Também é inferior ao patamar nacional o percentual de moradores do estado que acreditam que daqui para a frente Lula fará um governo ótimo ou bom. O grupo de otimistas em São Paulo corresponde a 42%, abaixo dos 50% do quadro geral. Os que acham que o governo será regular são 31% (SP) e 27% (Brasil).

Já o prognóstico de que a gestão do petista será ruim ou péssima é feito por 26% no estado, enquanto na média brasileira a resposta foi dada por 21%.

O Datafolha também pesquisou a opinião dos paulistas sobre a avaliação do governador Tarcísio de Freitas após três meses: sua gestão foi considerada ótima ou boa por 44%, regular por 39% e ruim ou péssima por 11%.

Para 45%, Tarcísio fez pelo estado de São Paulo menos do que eles esperavam. Outros 37% acham que ele realizou exatamente o que era previsto e 12%, que fez mais do que o esperado.

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