Valdemar defende posição de Tarcísio e normaliza divergências na bancada após briga no WhatsApp

Presidente do PL ressaltou que o partido é de oposição ao governo Lula, mas defendeu deputados que votaram com o Executivo

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Brasília

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, tentou contornar a crise estabelecida no partido e normalizou as divergências internas da bancada na Câmara dos Deputados, após parlamentares terem discutido em grupo de WhatsApp no fim de semana.

Em carta endereçada aos deputados da bancada e que foi divulgada nesta terça-feira (11), Valdemar afirmou que é "natural" que os parlamentares tenham "divergências em algumas pautas específicas", mas ressaltou que o PL é um partido de oposição ao governo Lula (PT) e que a bancada estará unida "na defesa incondicional dos valores que nosso presidente Bolsonaro fez renascer em nossos corações".

O dirigente também defendeu deputados que votaram com o Executivo em determinadas matérias. "Muitos parlamentares foram eleitos com apoio de prefeitos e vereadores e precisam levar benefícios para suas regiões e seu povo. E se, para isso, precisarem votar com o governo em pautas específicas, que façam."

Valdemar Costa Neto, presidente do PL, durante entrevista a jornalistas sobre auditoria em urnas eletrônicas
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, durante entrevista a jornalistas sobre auditoria em urnas eletrônicas - Pedro Ladeira-22.nov.22/Folhapress

O pano de fundo da briga no grupo de WhatsApp que reúne parlamentares do PL desta legislatura foi em torno dos 20 votos favoráveis que a legenda deu à reforma, mesmo após orientação contrária do partido e pressão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A discussão teve troca de ofensas e até mesmo pedido para que deputados deixassem a legenda, colocando de um lado um grupo mais alinhado a Bolsonaro e de outro parlamentares que integram o centrão e não o chamado "bolsonarismo raiz".

No documento divulgado nesta terça, Valdemar afirmou que que se "entrarem pautas boas para a economia", caso do arcabouço fiscal e da Reforma Tributária, "cada um precisa votar no que for melhor para o povo que o elegeu".

"Vamos seguir buscando o equilíbrio e compreendendo as divergências, pois a grande força do nosso partido está nas pautas que nos unem", escreveu.

Na carta, o dirigente defendeu ainda a posição do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que foi hostilizado por alguns deputados em reunião da bancada do PL na semana passada enquanto defendia a votação da Reforma Tributária na Casa.

"O Tarcísio é de direita e conservador e tem a obrigação de fazer o que é melhor para o estado de São Paulo. É para isso que ele foi eleito", escreveu.

Valdemar também evitou citar nominalmente o presidente Lula ao tratar da liberação de emendas pelo Executivo. "Se o atual governo apresentar uma pauta boa para o país, esse presidente que está aí não precisa gastar orçamento para ter o nosso voto, pois todos seremos a favor."

"Da mesma forma que, se uma determinada região precisar de uma emenda parlamentar, de uma obra, de um programa social, é correto que esse parlamentar cuide do seu povo e melhore a qualidade de vida de quem o elegeu", disse o dirigente do PL.

O bate-boca no WhatsApp levou o líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), a intervir no domingo (9), bloqueando temporariamente o grupo, o que fez com que ninguém mais pudesse enviar mensagens.

Na noite de segunda (10), o deputado Gustavo Gayer (GO) criticou que as mensagens do grupo tinham sido divulgadas à imprensa e afirmou: "Uma coisa eu garanto. Esse ataque desproporcional não vai ficar assim".

Como resposta, Yury do Paredão (CE), que está licenciado do cargo, disse que o parlamentar estava ameaçando os demais colegas.

Diante do novo princípio de discussão, Côrtes voltou a alterar as configurações do grupo e a bloquear as mensagens.

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