Descrição de chapéu Governo Tarcísio

Gestão Tarcísio cria programa de proteção a denunciantes de irregularidades na administração

Medida é instituída após servidores serem processados nos últimos anos por denunciarem suspeitas

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Brasília

O Governo de São Paulo instituiu nesta terça-feira (12) um programa que prevê a proteção a pessoas que fizerem denúncias de irregularidades relacionadas à administração pública, com salvaguarda da identidade de quem solicitar apurações de suspeitas.

A medida foi instituída após gestões paulistas terem processado, nos últimos anos, servidores que denunciaram episódios relacionados a supostos pagamentos de propina ou desvios dentro do governo paulista, como apontou a Folha em 2019.

Fachada do Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo
Fachada do Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo - Sergio Andrade - 14.jul.20/Governo de São Paulo

Em São Paulo não havia previsão de que funcionários do estado ficassem imunes a processos administrativos, civis ou penais por informar a autoridades sobre irregularidades nos locais em que trabalham, especialmente em caso de suspeita de envolvimento de seus superiores.

O decreto que prevê o programa foi assinado na última sexta (9) pelo governador Tarcísio de Freitas e pelos secretários da gestão e publicada nesta terça. O programa ficará sob a coordenação da Controladoria-Geral do Estado.

A medida prevê, por exemplo, que as denúncias —com descrições de "práticas de irregularidades ou ilícitos administrativos, ou de ações ou omissões lesivas à administração pública estadual"— devem ser apresentadas por meio eletrônico, por meio da plataforma de ouvidoria e de acesso à informação.

Segundo o decreto, a partir do recebimento da denúncia, a ouvidoria deverá adotar medidas para proteger a identidade do denunciante e das informações recebidas, e só poderá conceder acesso a "agentes públicos cujo exercício funcional assim o exija".

Deverão ser suprimidos pela ouvidoria elementos de identificação que permitam a associação da denúncia ao denunciante.

Também é previsto um compromisso de "proteção antirretaliação". Ou seja, "isenção de responsabilização civil ou penal em relação ao relato", a não ser que sejam apresentadas, de modo consciente, informações falsas.

Um dos casos nos quais, anteriormente, houve disputas judiciais do Governo de São Paulo contra servidores é o de um auditor fiscal que ajudou o Ministério Público a desvendar a chamada Máfia do ICMS.

Em 2016, o governo, na gestão Geraldo Alckmin, o acusou de apresentar dados sigilosos aos investigadores e abriu um processo administrativo contra ele.

O servidor recorreu à Justiça para não ser demitido do governo e obteve decisão positiva em 2019 do Tribunal de Justiça.

No voto vencedor, o desembargador disse que a atuação do servidor "demonstrou seu zelo pela coisa pública e inquestionável probidade em sua atuação profissional" e que sua conduta foi irrepreensível.

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