O coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Neto, um dos alvos dos mandados do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes na operação da Polícia Federal deflagrada na quinta-feira (8), foi preso na madrugada deste domingo (11) ao desembarcar em Brasília.
Ele estava em missão nos Estados Unidos prevista para durar até 2025.
Corrêa Neto está preso no Batalhão da Guarda Presidencial e passou por audiência de custódia às 11h. A informação foi divulgada inicialmente pelo site G1 e confirmada pela Folha.
Na audiência de custódia, o preso é ouvido por um juiz para que sejam avaliadas eventuais ilegalidades na prisão.
Ele foi ouvido por um juiz auxiliar de Moraes, mas o ministro ainda não decidiu sobre a possibilidade de manter ou não a sua prisão preventiva.
Corrêa foi alvo de prisão após a Polícia Federal encontrar mensagens trocadas com Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sob suspeita de participarem da preparação para a tentativa de um golpe de Estado.
Ele falava com Cid sobre o planejamento e os desdobramentos da minuta do golpe.
Em nota, o Exército disse que o coronel se apresentou à Polícia Federal assim que chegou ao Brasil, pela madrugada, e encontra-se sob custódia da força armada no Batalhão da Guarda Presidencial.
Os outros alvos de mandados de prisão já estão presos e passaram por audiências de custódia na sexta-feira (9).
São os militares Marcelo Câmara e Rafael Martins, o Joe. Câmara foi ouvido no Batalhão da Guarda Presidencial e Martins no Comando da Artilharia Divisionária da Divisão do Exército.
Também houve a audiência de Filipe Martins, que foi assessor para assuntos internacionais de Bolsonaro. Ele foi ouvido na sede da Polícia Federal do Paraná.
Além deles, também foi preso o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, em flagrante, por posse ilegal de arma e também pela posse de uma pepita de ouro. Moraes concedeu liberdade provisória a Valdemar neste sábado (10).
Moraes levou em conta argumentos da PGR (Procuradoria-Geral da República) pela liberdade provisória do investigado. O magistrado considerou ainda o fato de que o político tem idade avançada, 74 anos, e afirmou que o caso não envolveu violência ou grave ameaça.
Em nota divulgada na quinta, o advogado de Valdemar, Marcelo Bessa, disse que não houve fato relevante para a prisão, que "a pedra apreendida tem baixo valor e não configura delito" e que a arma é registrada e pertence a um parente próximo, tendo sido esquecida "há vários anos" na casa do dirigente partidário.
Também na quinta, a PF também cumpriu mandados de busca e prisão contra ex-ministros de Bolsonaro e militares envolvidos na suposta tentativa de golpe para manter o ex-presidente no poder.
Além das prisões e buscas, também houve a aplicação de diversas como a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.
O ex-presidente Jair Bolsonaro é um dos que tiveram que entregar o passaporte.
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