Moro diz que TSE fez julgamento técnico e que 'boatos' sobre cassação foram exagerados

Senador era alvo de ação eleitoral proposta por PT e PL, rejeitada pela corte nesta terça-feira

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São Paulo

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) comemorou nas redes sociais o encerramento da ação da qual era alvo e que pedia sua cassação por gastos de pré-campanha, rejeitada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nesta terça-feira (21) por 7 votos a 0.

Ele afirmou que a corte eleitoral, presidida até 3 de junho por Alexandre de Moraes, realizou uma análise técnica e independente do caso e que a vontade popular dos paranaenses foi respeitada.

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) nos corredores do Senado - Pedro Ladeira - 1º.abr.24/Folhapress

"Os boatos sobre a cassação de meu mandato foram exagerados. Em julgamento unânime, técnico e independente, o TSE rejeitou as ações que buscavam, com mentiras e falsidades, a cassação do meu mandato", disse o senador.

"Foram respeitadas a soberania popular e os votos de quase dois milhões de paranaenses. No Senado, casa legislativa que integro com orgulho, continuarei honrando a confiança dos meus eleitores e defendendo os interesses do Paraná e do Brasil", completou.

O deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Novo-PR) e ex-procurador da força-tarefa da Operação Lava Jato parabenizou o senador, dizendo que ele alcançou "uma ilha de justiça" no mar de injustiças que, segundo ele, vem ocorrendo desde que Lula (PT) foi eleito presidente.

A decisão do TSE de rejeitar a cassação de Moro foi tomada por unanimidade, com apoio de Moraes, que completou o placar de 7 a 0 a favor do senador, após mobilização nos últimos anos de aliados de Lula e de Jair Bolsonaro (PL) pela perda de mandato do ex-juiz da Lava Jato.

A cassação foi negada no tribunal pelo relator, Floriano de Azevedo, cujo voto foi acompanhado pelos demais (André Ramos Tavares, Cármen Lúcia, Kassio Nunes Marques, Raul Araújo, Isabel Gallotti e Moraes).

Moro foi alvo de recursos do PT e do PL que pediam a sua cassação sob alegação de abuso de poder econômico, uso indevido dos meios de comunicação e caixa dois nas eleições de 2022. O caso foi parar no TSE após a absolvição do senador no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná.

O julgamento iniciou a menos de três semanas da saída de Moraes da corte, comandada por ele desde 2022. Em 3 de junho, o ministro encerra sua participação como integrante do TSE —Cármen Lúcia será sua sucessora na presidência.

Juiz da Lava Jato, Moro abandonou a magistratura para assumir o Ministério da Justiça do governo Bolsonaro, com quem se desentendeu —isso motivou seu pedido de demissão em abril de 2020.

Já em 2021, Moro sofreu uma dura derrota no STF (Supremo Tribunal Federal), que o considerou parcial nas ações em que atuou como juiz federal contra o ex-presidente Lula (PT). Com isso, foram anuladas ações dos casos tríplex, sítio de Atibaia e Instituto Lula.

Diferentes pontos levantados pela defesa de Lula levaram à declaração de parcialidade de Moro, como condução coercitiva sem prévia intimação para oitiva, interceptações telefônicas do ex-presidente, familiares e advogados antes de adotadas outras medidas investigativas e divulgação de grampos.

A posse de Moro como ministro de Bolsonaro também pesou, assim como os diálogos entre integrantes da Lava Jato obtidos pelo site The Intercept Brasil e publicados por outros veículos de imprensa, como a Folha, que expuseram a proximidade entre Moro e os procuradores da Lava Jato.

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