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Debate da Band será teste de estratégias, propostas e defesas para eleição em SP

Evento nesta quinta-feira terá Nunes, Boulos, Datena, Marçal e Tabata em clima de estreia de campanha

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São Paulo

Os principais pré-candidatos a prefeito de São Paulo usarão nesta quinta-feira (8) o debate da Band, o primeiro desta corrida eleitoral, como um teste para suas estratégias e uma oportunidade para rivalizarem com adversários e se apresentarem para os eleitores.

O programa, que começa às 22h30, é visto pelas equipes como uma espécie de estreia da campanha, que oficialmente começa no próximo dia 16. Foram convidados Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB).

Pela legislação, a presença de Marçal não era obrigatória, já que o partido dele não tem deputados federais, mas a emissora o chamou por causa da performance dele nas pesquisas e por entender que há relevância jornalística na participação.

Marina Helena (Novo) foi à Justiça reivindicar espaço no debate após a filiação do deputado Ricardo Salles (SP), o que fez o partido atingir o número mínimo de cinco parlamentares, mas o pedido foi negado sob a justificativa de que a entrada ocorreu depois de 20 de julho, data prevista em lei como referência.

A imagem apresenta cinco pessoas alinhadas horizontalmente. Ricardo Nunes, a primeira pessoa, à esquerda, está vestindo uma camisa branca e tem uma expressão neutra. Guilherme Boulos, a segunda pessoa, usa uma camisa escura e parece estar em um momento de reflexão. José Luiz Datena, a terceira pessoa, no centro, está sorrindo e usa um paletó escuro. Pablo Marçal, a quarta pessoa, está vestindo uma camisa azul e tem uma expressão séria. Tabata Amaral, a quinta pessoa, à direita, usa uma camisa branca e olha para cima, com uma expressão pensativa.
Os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB) - Leandro Chemalle, Ronny Santos, Eduardo Knapp, Rafaela Araújo e Rubens Cavallari/TheNews2/Agência O Globo e Folhapress

Postulando a reeleição, Nunes deverá ser o principal alvo, com cobranças sobre sua gestão e questionamentos sobre denúncias que o envolvem. Boulos, empatado tecnicamente com ele em primeiro lugar nas pesquisas, também entra na mira por ser o nome à esquerda mais bem posicionado.

De acordo com aliados do prefeito, o objetivo de Nunes no debate será tentar superar rapidamente os temas espinhosos e levar o assunto para questões da cidade, já que ele domina os dados sobre ações de governo. Mesmo se adversários ressaltarem suspeitas e polêmicas, como a investigação da máfia das creches, a resposta deve mencionar políticas públicas da prefeitura.

Uma preocupação da equipe é que ele mantenha a serenidade e não se descontrole com ataques. O entorno do prefeito considera, no entanto, que os espectadores tendem a repelir candidatos que fazem ataques de baixo nível e, por isso, minimizam o risco de ele ser alvo de baixarias.

O debate terá três blocos, o primeiro e o último com perguntas entre os oponentes, e um com questões de jornalistas. A ordem de quem pergunta, já sorteada, tende a favorecer Marçal, como noticiou o Painel. Ele será o primeiro a perguntar nos dois momentos de confrontos diretos e escolherá quem responde.

O tempo de resposta e de tréplica será de quatro minutos no total, a ser administrado pelo pré-candidato. Assessores de Boulos avaliam que ele é o mais preparado para a dinâmica do debate, por ser o único com experiência em programas do tipo, após concorrer à Presidência em 2018 e à prefeitura em 2020.

Pela ordem do sorteio, o deputado do PSOL terá a chance de direcionar uma pergunta a Nunes já no primeiro bloco, o que ele deve fazer. A expectativa é que o aliado de Lula (PT) aponte problemas da administração e reforce a estratégia de associar o emedebista ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), um de seus apoiadores, e de vinculá-lo ao que tem resumido como esquemas de corrupção.

Boulos também se preparou para reagir a acusações e provocações que já têm sido levantadas sobretudo por Nunes e Marçal. Tachado como radical, extremista e baderneiro, o deputado foi aconselhado a rebater os ataques com argumentação e usar o tempo restante para falar da cidade.

O tom geral nas campanhas é o de que o espaço será usado para apresentar propostas e discutir questões locais. O único a destoar é Marçal, que nos últimos dias afirmou, sem detalhar, que dois de seus concorrentes são "cheiradores de cocaína" e que apresentará provas disso durante o debate.

Nunes chegou a fazer um exame toxicológico para se contrapor a eventuais insinuações. No círculo do prefeito, há quem critique a atitude dele por entender que, ao divulgar que se submeteu ao teste, deu credibilidade ao que seria uma bravata de Marçal.

Novato no universo político, Marçal é visto como um elemento surpresa no debate. Aliados de Nunes e de Boulos dizem nos bastidores que a participação do empresário e ex-coach é imponderável e que ele lança factoides para engajar sua ampla base em redes sociais.

A presença de Datena também o colocará em um novo papel na emissora onde até junho era apresentador do "Brasil Urgente". Ele entrou em férias no canal e vai emendar uma licença.

Equipes rivais avaliam que o jornalista, que está em campanha após ter desistido em quatro eleições, pode se atrapalhar com o limite de tempo, algo que não tinha em sua atração, mas ponderam que ele é um comunicador habilidoso e usará isso a seu favor.

O próprio Datena admite dificuldades em resumir suas respostas e propostas em poucos minutos, como mandam as regras. A equipe alertou o tucano de que ele estará em uma situação atípica e não terá o papel de protagonista a que se habituou.

Datena deverá apresentar a sua candidatura como a mais viável para furar a polarização. Ele seguirá com críticas à administração de Nunes, explorando a sensação de insegurança, mas buscará oportunidades para desgastar Boulos. Ele é crítico à dependência dos rivais em relação a Bolsonaro e Lula.

Diante de sua inexperiência em gestão pública, o tucano tentará convencer o telespectador de que, como jornalista, lida com os problemas da capital diariamente e há décadas.

Para Tabata, o debate é tratado como uma chance de tentar se tornar conhecida, já que a taxa de desconhecimento dela é alta. A deputada, que planeja seguir uma linha propositiva, tem centrado fogo em Nunes, mas também busca se diferenciar de Boulos e deverá manter esse tom.

Colaborou Ana Luiza Albuquerque, de São Paulo

Debate da Band no 1º turno

  • Quando Quinta-feira (8), às 22h30
  • Onde acompanhe no site da Folha (www.folha.com.br) e na Band (TV e em www.band.uol.com.br/ao-vivo)
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