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Datafolha: suspensão do X pelo STF divide eleitores de São Paulo

Maioria não concorda com multa a quem usar VPN; opinião varia entre votantes de Lula e Bolsonaro

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São Paulo

A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de suspender no Brasil o X, antigo Twitter, depois que a empresa descumpriu ordens judiciais, divide a opinião dos moradores da cidade de São Paulo: 48% concordam com a derrubada da rede social, enquanto 43% discordam. Outros 5% não concordam nem discordam, e 4% não sabem.

É o que mostra pesquisa Datafolha que entrevistou presencialmente 1.204 eleitores da cidade de terça (10) até quinta (12). O levantamento foi contratado pela Folha e registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número SP-07978/2024.

A situação entre os dois grupos, a favor e contra, é de empate técnico, considerando a margem de erro de três pontos percentuais do levantamento.

O empresário Elon Musk, dono da rede social X, e o ministro do STF Alexandre de Moraes - Etienne Laurent e Evaristo Sá/AFP

Uma clara maioria, porém, é contra a multa diária de R$ 50 mil estabelecida pela corte a quem utilizar programas como VPNs para continuar acessando o site do Brasil. Essa parcela soma 56%, contra 36% que são a favor. Há ainda 4% de indiferentes e 4% que não sabem.

Entre os entrevistados, 23% tinham um perfil na rede social até a determinação de tirá-la do ar, em 30 de agosto, enquanto 77% não tinham.

A pesquisa indica uma forte politização e polarização do assunto. Entre os que votaram no presidente Lula (PT) nas últimas eleições, 70% concordam com a suspensão do X. Já entre os que optaram pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a opinião se inverte, e 73% discordam.

O apoio à decisão do STF é maior ainda entre quem pretende escolher como prefeito de São Paulo os deputados federais Guilherme Boulos, do PSOL (78% de seus eleitores são a favor da medida), ou Tabata Amaral, do PSB (66%). Na outra ponta, estão os votantes do influenciador Pablo Marçal, do PRTB (80% deles são contra).

O nível de concordância com a interrupção do X também é maior entre católicos e quem tem ensino superior e renda familiar mensal acima de cinco salários mínimos (cerca de R$ 7.000). A discordância, por sua vez, supera entre evangélicos e quem tem ensino médio e renda de dois a cinco salários (R$ 2.800 a R$ 7.000).

Há duas semanas, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a derrubada da plataforma após a empresa comprada pelo bilionário Elon Musk fechar seu escritório no Brasil sem atender uma decisão monocrática do magistrado para que indicasse, em 24 horas, um representante legal no país.

Buscando um ambiente seguro para o apoio, Moraes enviou seu voto para a Primeira Turma da corte, que validou a decisão de forma unânime três dias depois, em 2 de setembro. O grupo não inclui os ministros críticos à medida e indicados por Bolsonaro, Kassio Nunes Marques e André Mendonça.

Musk argumenta que as solicitações da Justiça de suspensão de perfis ferem a liberdade de expressão, o que o fez se tornar um símbolo em protestos da direita brasileira. Apesar disso, ele já cumpriu pedidos similares em outros países e censurou conteúdo sobre ele mesmo na rede social.

A plataforma fica fora do ar em pleno período eleitoral. A decisão vale até que a empresa cumpra todas as ordens judiciais proferidas pelo ministro, pague as multas e, ainda, indique em juízo uma pessoa física ou jurídica que a represente em território nacional.

Nesta sexta (13), em nova decisão, Moraes determinou a transferência de R$ 18 milhões das contas do X no Brasil e da Starlink, também de Musk, para a União. Depois disso, essas contas serão desbloqueadas. Elas haviam sido obstruídas pela Justiça sob a justificativa de serem usadas para pagar as multas.

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