Descrição de chapéu inss mercado de trabalho

Como se preparar para a aposentadoria desde cedo

Edição da newsletter FolhaCarreiras explica por que é preciso se planejar o quanto antes para a vida sem trabalho

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São Paulo

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Pensar em aposentadoria ainda no início da vida profissional pode parecer que estamos colocando a carroça na frente dos bois.

  • E isso sem contar o tempo de serviço: elas precisam ter trabalhado ao menos 15 anos; eles, 20.
Homem sentado no chão coloca moeda em cofre em formato de porquinho
'Jovens têm o tempo ao seu favor. Quanto antes começarem a se preparar para a aposentadoria, menor é o impacto no bolso', afirma especialista - Catarina Pignato

Parece que está longe demais, não é? Mas a palavra-chave aqui é justamente essa: tempo.

"Jovens têm ele ao seu favor. Quanto antes começarem a se preparar para a aposentadoria, menor é o impacto no bolso", afirma Cíntia Senna, sócia executiva da Dsop, organização voltada à educação financeira.

Por quê? O valor que é preciso guardar todo mês para ter uma aposentadoria confortável é muito menor agora, na juventude, do que nas faixas etárias mais avançadas.

Mas por que preciso guardar dinheiro? Só o INSS não basta? Segundo os especialistas, não mais.

Vamos entender primeiro o funcionamento do INSS:

O Instituto Nacional do Seguro Social é um órgão federal que assegura não só a previdência (ou aposentadoria), mas também garantias para o trabalhador.

  • Exemplo: se uma mulher decide ser mãe, é o INSS quem paga o salário maternidade e garante que a renda continue a mesma durante a licença;
  • Existem ainda outros benefícios, como auxílio-doença, auxílio-acidente e pensão por morte.

Contribuintes ativos do INSS "pagam" as aposentadorias de quem já se aposentou. O nome desse sistema é regime de repartição.

  • Ou seja, quando você se aposentar, serão os trabalhadores do futuro que vão bancar sua aposentadoria.

O problema é que, conforme temos menos filhos, menor é a massa de trabalhadores que alimenta a base de recursos do INSS. E como vivemos mais, maior é a massa de aposentados assegurada.

"A conta não fecha, e não é de hoje. Por isso tivemos a Reforma da Previdência em 2017", explica Cíntia Senna.

Ou seja, não dá para contar só com o INSS. E é aqui que entra a importância de se preparar desde cedo para evitar problemas no futuro.

O que fazer então? Simples, poupe.

Comece com pouco, mas comece. Se você não guarda por acreditar que tem uma renda menor hoje do que provavelmente terá no futuro, dá uma olhada nessa dica de Washington Barbosa:

  • "Você pode começar com quantias baixas, como R$ 35, R$ 50, R$ 100 por mês. Muitos bancos oferecem essa opção. Com o tempo, pode aplicar mais dinheiro."

Patrimônio também pode levar à renda extra. Para ter uma aposentadoria mais confortável, você pode pensar em criar um patrimônio. A sugestão é da Myrian Lund, professora de MBAs da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e especialista em finanças pessoais.

  • "Se você tem dificuldade em juntar dinheiro, às vezes é mais fácil entrar em um consórcio para comprar um imóvel e alugar no futuro."

Estude a fundo suas opções de investimento. Para Antônio Sanches, analista da Rico Investimentos, o melhor caminho é você quem dita. Saiba qual é o seu perfil de investidor e estude as opções para evitar furadas. "É importante procurar o que é adequado para você"

  • Opções mais simples, como os de renda fixa, são um bom primeiro passo;
  • Começar com quantias pequenas pode ser bom para experimentar opções;
  • Ative o débito automático para simplificar o investimento mensal. Isso evita que você use esse dinheiro para outra coisa.

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3 opções para investir na sua aposentadoria

1) Previdência privada (ou complementar);

"Ela opera como um fundo de investimento, mas é planejada para a aposentadoria", afirma Antônio Sanches.

Funciona assim: você escolhe uma opção de previdência junto ao seu banco e faz um aporte, que pode ser único ou mensal. Na data de vencimento, o dinheiro inicial volta para você, junto com os rendimentos obtidos ao longo dos anos.

  • Na prática, é como se você estivesse "emprestando" uma quantia para o banco. Em troca, ele te paga com juros, uma espécie de "aluguel" pelo seu dinheiro.
  • "Qualquer investimento de longo prazo pode funcionar para a sua aposentadoria, mas a previdência privada se destaca por ter essa finalidade já delimitada", diz Sanches.

2) Tesouro RendA+;

É um programa similar à previdência privada, mas o vínculo é com o Tesouro Nacional, espécie de "caixa" do governo federal.

Funciona assim: você programa aportes mensais e determina uma data de vencimento. Depois dela, um valor cai na sua conta todo mês durante 20 anos.

  • Além dos juros, o rendimento também é corrigido pela inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). "Isso é super importante, porque protege o valor do dinheiro", afirma Sanches.

3) Carteira de investimentos

Para quem não quer colocar todos os ovos em uma cesta só, considere investir em produtos financeiros variados. São exemplos:

  • Na renda fixa: CDB (Certificado de Depósito Interbancário), Tesouro Direto, LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio);
  • Na renda variável: ações negociadas na Bolsa de Valores, FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário), Câmbio e Criptomoedas.

Se existem todas essas opções, posso deixar o INSS de lado? Para o professor Washington Barbosa, não vale a pena.

  • "Por ser um seguro social, contribua para o INSS de qualquer maneira para ter acesso a coberturas que te asseguram em momentos de aperto. Nenhum seguro no mercado se equipara à proteção do INSS", diz.

Mas muito cuidado! Não tome nenhuma decisão antes de estudar bem suas opções e ouvir especialistas.

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