Descrição de chapéu mercado de trabalho

Saiba como lidar com quem tenta 'puxar seu tapete' no trabalho

Newsletter FolhaCarreiras mostra como identificar potenciais sabotadores e dá dicas para enfrentar a situação

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São Paulo

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Uma coisa é certa: no ambiente corporativo, nem todo mundo ficará feliz com as suas conquistas.

Pode ser que seu sucesso pegue na ferida de um colega que esteja inseguro com o próprio desempenho ou que você seja visto como uma ameaça por alguém que teme pelo cargo que ocupa na empresa.

"Egos não gerenciados causam conflitos, e a tentativa de sabotar o outro é o mais visível deles", diz especialista - Adobe Stock

Por qualquer motivo que seja, é preciso ficar atento a colegas que possam querer puxar o seu tapete para se dar bem no trabalho.

  • "São pessoas que, na busca por se autoafirmar, querem todos os holofotes para elas. Egos não gerenciados causam conflitos, e a tentativa de sabotar o outro é o mais visível deles", diz Távira Magalhães, diretora de RH da Sólides, consultoria especializada em gestão de pessoas.


Em que ambientes esse comportamento floresce? De muita competição, seja interna ou do mercado de trabalho daquela área específica.

  • Gestores que promovem a competição, e não a colaboração, também podem estimular os sabotadores.

Existe um estudo da universidade alemã Kühne sobre isso. Conclui que quando líderes favorecem liderados em detrimento de outros, esses funcionários "privilegiados" podem apresentar um comportamento nocivo para com os colegas.

  • "Isto é especialmente verdade quando eles já são dominantes e querem manter o status superior. Alguns estão até dispostos a prejudicar seus colegas de trabalho", afirma Benjamin Korman, um dos responsáveis pela pesquisa.


Como identificar um sabotador antes que ele me prejudique? Em geral, são pessoas que:

  • Falam mais dos outros do que de si

Em geral, preferem expor pontos fracos dos colegas e tentam sair por cima da situação.

  • Fazem elogios exagerados diretamente para você, mas te criticam pelas costas

"Pessoas de baixa autoestima têm necessidade de prejudicar e diminuir o outro. Mas é aquela frase de Freud: ‘Quando Pedro me fala de Paulo, sei mais de Pedro do que de Paulo’", diz Luana Lourençon, especialista em carreiras.

  • "Esquecem" de te incluir em grupos, projetos e planos da equipe

Sabe a máxima "quem não é visto, não é lembrado"? É a mesma lógica. Sabotadores tentam te excluir de "coisas pequenas", como grupos do WhatsApp e saídas de happy hour, para afetar sua autoestima e impedir conexões com outros colegas.

  • Reparam demais no seu trabalho e fazem críticas inoportunas

Puxadores de tapete tentam minar sua confiança, e uma das estratégias mais comuns é fazer críticas não solicitadas sobre um projeto que você está tocando.

  • Evidenciam pontos com uma interpretação alterada

"Por exemplo, o sabotador vai analisar um gráfico, mas só destaca aspectos que possam depreciar o outro colega", diz Magalhães.

O mais importante: como lidar com eles? Para Luana Lourençon, o primeiro passo é exercitar o "olhar do sábio" e tentar adotar a empatia para extrair um aprendizado da situação.

  • "Qual o interesse dessa pessoa? Por que ela está fazendo isso? Que aprendizado essa situação pode te trazer? Olhar de forma mais assertiva nos tira do posto de ‘vítima’ e nos força a desenvolver maturidade profissional."

Por isso, a dica principal é puxar uma conversa franca para tentar entender o que está por trás das atitudes do colega e, no processo, desestimular as puxadas de tapete.

Ao mesmo tempo, vale se precaver. Se você está lidando com uma pessoa que combina uma coisa e faz outra, por exemplo, mantenha registro de todas as conversas e formalize acordos verbais por email.

  • Documentar processos criativos também pode evitar que alguém tome crédito por um trabalho seu.

Evite o "minha palavra contra a dele" e inclua outras pessoas nas conversas.

Comunique à liderança. "Não como ‘estou tentando trabalhar e essa pessoa está me atrapalhando’, e sim um ‘estou com dificuldade em contribuir neste ambiente pouco colaborativo’. Evite apontar dedos, mas mostre o que está acontecendo com exemplos práticos", diz Lourençon.

  • E se seu chefe for o sabotador, tente uma aproximação na base do "olhar do sábio". Se não surtir efeito, comunique o RH.

Por fim, se pergunte: esse ambiente é para você? Descubra quais são seus limites em um lugar de alta competição e, se for incompatível com seus valores, tente migrar para outro trabalho.


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Luana Lourençon, especialista em carreiras
Luana Lourençon, especialista em carreiras e fundadora da Assertiva Carreira e Desenvolvimento - Arquivo pessoal

Já teve de lidar com uma "puxada de tapete"?

No começo da carreira, fui para uma empresa grande e meus colegas se sentiram inseguros com a minha chegada. Começaram a me boicotar, não me chamavam para almoçar, era excluída de grupos de WhatsApp… O gestor percebeu e me defendeu, o que piorou. Fui tachada como a "queridinha do chefe". Colegas de outros setores viram a situação e, com o tempo, mudei de área. Se fosse hoje, agiria diferente. Vejo que adotei uma postura passiva, quando deveria ter sido mais assertiva e imposto limites.

E quando o "queridinho do chefe" é o sabotador? O que fazer?

O jogo político dentro do mundo corporativo é muito transitório. É como uma roda-gigante: uma hora subimos, outra descemos. É importante tentar desenvolver relações minimamente sustentáveis, mesmo com pessoas difíceis. Vale chamar para um bate-papo, expor suas dores, tentar entender as dele. Nunca se sabe: pode ser que, no futuro, você reencontre essa pessoa em outra empresa. Cuidar bem das relações é a base de uma boa gestão de carreira.

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