Americano quer mudar jeito de viver com vila autossustentável

Projeto é criar bairros que gerem própria energia e cultivem seu alimento

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Nova York | The New York Times

O nova-iorquino James Ehrlich tem planos ambiciosos para sua empresa imobiliária, a ReGen Villages. Ele quer criar bairros planejados totalmente autossustentáveis, que vão gerar sua própria energia por meio de painéis solares fotovoltaicos, biomassa e biogás oriundos de resíduos e fontes geotérmicas. 

As comunidades também cultivarão os alimentos que consomem em fazendas aquapônicas, que combinam a piscicultura com a hidroponia, o cultivo de plantas na água.

Inicialmente, as comunidades ficarão em regiões próximas a grandes cidades, para atrair quem precisa estar perto do trabalho. O trajeto entre a vila e os centros urbanos, contudo, não será feito em carros particulares. 

As casas da ReGen não incluirão garagens ou entradas para veículos. A ideia é que os moradores usem bicicletas, ou, quando necessário, táxis e, eventualmente, veículos autônomos compartilhados. 
A primeira comunidade, com cerca de 300 unidades habitacionais, deve ocupar um terreno de 240 mil metros quadrados em Amsterdã, na Holanda. 

Para isso, Ehrlich negociou com empresas de serviços de iluminação, aquecimento e horticultura.
Além de comandar a ReGen Villages, Ehrlich é empreendedor residente na Universidade Stanford, onde se dedica a temas de sustentabilidade e infraestrutura. Ele também é professor da Singularity University, uma comunidade acadêmica que se dedica a desenvolver soluções para desafios mundiais.

Um bairro autossustentável é um projeto factível nos dias de hoje?
A ReGen Villages não é “Jornada nas Estrelas”. Há uma maneira melhor de viver na natureza, e não separado dela, que permitirá que as pessoas residam em meio à abundância, com autonomia e conexão com os recursos vitais existentes à sua porta. Temos uma oportunidade urgente de estabelecer um curso melhor para a humanidade no planeta nos próximos dez anos, mas precisamos começar já. Algumas pessoas me achavam louco há alguns anos. A visão delas era de que ninguém deixaria a cidade para viver em uma área rural. Mas o modelo urbano não funciona por conta das más condições de vida e do custo inacessível. Agora algumas dessas pessoas que duvidaram de mim estão pedindo desculpas.

 

Quem ou o que o inspirou a criar a ReGen Villages?
Fui inspirado pelo pensamento de comunidades autossuficientes se espalhando como jardins, que precisam se hidratar e alimentar, produzir energia e lidar com os resíduos. 

Que obstáculos você enfrenta?
Estamos lidando com questões complexas, principalmente em torno de propriedade de terra, zoneamento e alvarás. Os dois maiores desafios são o apoio financeiro e a vontade política. Há muitas famílias ricas, investidores industriais e institucionais, que querem investir em nós, mas parecem estar esperando que alguém mais tome a liderança na próxima rodada. Nós precisamos de 16 milhões de euros [R$ 74,4 milhões] para adquirir a terra para o projeto piloto e termos os fundos necessários para o planejamento dos próximos dois projetos, que serão desenvolvidos simultaneamente.

Qual seu objetivo com a ReGen Villages?
Permitir que famílias prósperas possam viver em bairros vibrantes, fora das megacidades, o que permitirá maior longevidade e felicidade.

Tradução de Paulo Migliacci

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