Descrição de chapéu mercado de trabalho

Odeia seu trabalho, mas não pode sair? Veja o que fazer

Edição da newsletter Folha Carreiras traz dicas para quem se sente preso no emprego

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São Paulo

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tema da semana: odeio meu trabalho, mas...

A edição de hoje é dedicada para todos que estão em um trabalho do qual não gostam ou que os deixa infelizes, mas não podem sair. É aquela expressão: odeio meu trabalho, mas...

Entender quais são os pontos de incômodo e traçar um plano de ação são os primeiros passos para aqueles que estão se sentindo presos ao trabalho - DimaBerlin / AdobeStock

Para começar: o que fazer nesta situação?

1. Olhe para si. Entenda quais são os pontos de incômodo e trace um plano de ação.

  • Por quê? Para avaliar se há um caminho ou solução dentro da própria organização ou se é necessário sair da empresa, diz Erika Moraes, gerente de recrutamento da Robert Half.
  • Exemplo: não gosto das atividades que faço, mas me identifico com os valores das companhia. Será que não há espaço em outra área da empresa?
  • E se o único caminho for a demissão? Use essa avaliação para encontrar uma empresa que esteja alinhada com seus objetivos e que te dê prazer em trabalhar.

2. Observe ao redor. Analise e entenda a dinâmica do seu emprego. Identifique fatores internos (como você lida com a pressão do trabalho) e fatores externos (como a empresa lida com os funcionários), veja se existe valorização dos empregados e uma gestão correta, não abusiva, diz Moraes.

3. Converse com seu chefe. Exponha o que está deixando você infeliz, com o intuito de buscar melhorias em conjunto com a organização.

  • Exemplo: peça feedbacks ao seu líder para entender no que você pode melhorar, negocie prazos de entrega e sugira possibilidades de flexibilidade de horários, indica Thais Zerbini, coordenadora do laboratório de psicologia organizacional e do trabalho da USP.

4. Não trate a infelicidade como algo normal. Entenda os impactos de estar insatisfeito com sua carreira:

  • Piora na saúde mental e na produtividade;
  • Falta de motivação;
  • Dificuldade de estar disposto a novas oportunidades e projetos.

Quando ficar alerta? Dá um scroll. Explicamos na seção Pergunte ao Especialista.

Do lado de lá. As empresas também podem ajudar:

  • Com iniciativas voltadas para ouvir o que o funcionário tem a dizer e trazer soluções assertivas.
  • Por quê? O que adoece o profissional e faz com que ele queira desistir do emprego são as condições de trabalho, como falta de suporte da chefia, baixos salários ou ausência de benefícios, diz Zerbini.

Vamos às histórias. Trago exemplos de dois profissionais que tomaram decisões diferentes:

"Odeio meu trabalho, mas o cargo está alinhado com a minha formação". Quem já viveu essa situação conta:

  • Uma jovem de 22 anos, que pediu anonimato, trabalhava com operações e processos e, depois de quase três anos na empresa, resolveu pedir demissão.
  • O que a prendia ao trabalho? Era uma posição que gostava, alinhada com sua área de formação e pagava bem. Ela diz que tinha medo de não se adaptar a uma remuneração menor e ficava presa às contas que teria que continuar pagando.
  • Mesmo assim... Ela se sentia infeliz por causa da sobrecarga de trabalho e do acúmulo de funções e responsabilidades.
  • Como tomou a decisão? A saúde mental falou mais alto. Ela olhou para si e percebeu que o salário não compensava o desgaste emocional.

"Odeio meu trabalho, mas ganho um bom salário". Quem já viveu essa situação conta:

  • O estudante de publicidade, 25, que também preferiu não ser identificado, era gerente de marketing em uma empresa.
  • O que o prendia ao trabalho? Ele diz que recebia um bom salário, que proporcionava uma vida confortável, e ficava inseguro com a ideia de não conseguir encontrar um emprego com a mesma remuneração.
  • Mesmo assim... Ele estava infeliz com o acúmulo de tarefas e com a sobrecarga de atividades que estavam fora do seu escopo de trabalho.
  • Como tomou a decisão? A alternativa que encontrou foi sair do emprego, mas oferecer serviços como freelancer. Assim, não se desvinculou totalmente da empresa, mas deixou para trás o que era um incômodo.

Pergunte ao Especialista

Será que é hora de trocar de emprego ou dá para continuar?

Juliana Seidl - news carreiras
Juliana Seidl, psicóloga e orientadora de carreiras - Célio Maciel

Quais sinais demonstram infelicidade com o trabalho?

  • Sentir angústia, desmotivação ou preguiça com frequência —ao acordar e no domingo à noite, por exemplo;
  • Procrastinar as demandas de trabalho —não apenas as mais desafiadoras, mas quase todas elas;
  • Sentir dificuldade de se relacionar e se expressar com chefes e colegas de trabalho, reagindo de maneira impulsiva e/ou agressiva às demandas deles;
  • Sintomas físicos: sensação de cansaço acima do normal, tensão muscular, dores no corpo, insônia.

O que fazer neste caso?

"Procure um orientador de carreira ou psicoterapeuta para identificação dos reais e atuais motivos dessa insatisfação no trabalho, se são fatores relativos ao trabalho em si, à chefia ou à organização. Em seguida, tracem juntos estratégias para buscar uma solução respeitando suas necessidades (financeiras e emocionais)".


Extra: Tomou a decisão de sair?

Preparei um tópico para você

Como se planejar para sair de um trabalho que não gosta?

  • Busque uma empresa que tenha valores com os quais você se identifica.
  • Faça um planejamento. Veja quais serão suas prioridades em um novo emprego.
  • Como? Entenda, por exemplo, se quer trabalhar em esquema de home office, se pretende continuar na mesma área de atuação, sugere Paulo Augustinho, especialista em carreiras e recolocação profissional.
  • Não esqueça do seu networking. Ative sua rede de contatos para te ajudar nessa busca.
  • Tem mais: já fiz uma edição sobre como lidar com a primeira demissão. Veja aqui.

Não fique sem saber

Explicamos dois assuntos do noticiário para você.

O que está acontecendo na Argentina?

A Argentina se prepara para a eleição presidencial de outubro em meio a um quadro de hiperinflação. Com a inflação anual em três dígitos, os preços mudam quase semanalmente e a população tem seu poder aquisitivo prejudicado.

Entenda:

  • E tem o calor: a Argentina sofre com a maior seca em 60 anos, que gerou perdas nos principais cultivos do país —soja, trigo e milho— e compromete as exportações agropecuárias, principal fonte de dólares para o país.

O que fez o governo? Tomou duas medidas conjuntas:

  1. Determinou que empresas estatais podem vender ou trocar títulos em dólares por novos papéis em pesos, injetando cerca de US$ 4 bilhões (aproximadamente R$ 21 bilhões) nas reservas do Banco Central.
  2. Imprimiu mais 130 bilhões de pesos para honrar pagamentos, sobretudo de benefícios sociais.

E por que a crise econômica? Pela incapacidade de estabelecer um regime monetário que estabilize o peso. Neste cenário de inflação, para os argentinos, gastar rápido é a melhor maneira de "poupar" pesos que "queimam na mão". Veja outros fatores que explicam a derrocada aqui.

O que a Folha pensa: O peronismo está em crise, mas sua maleabilidade e apelo popular tornam difícil um alinhamento político em prol de medidas responsáveis para resgatar o país da permanente instabilidade, escreve o jornal em seu editorial.

Ouça no podcast Café da Manhã como os argentinos sentem a degradação econômica.

Quais os planos do Brasil contra ataques às escolas?

A resposta para essa pergunta é: não há nenhum plano ou política nacional para prevenir que as escolas sejam vítimas de ataques.

Por que é preciso ter uma política de prevenção? Para especialistas, a ausência de diretrizes deixa as escolas sozinhas e sem estrutura para lidar com um novo tipo de violência no país, que vem crescendo rapidamente.

  • Em números: houve 22 ataques a escolas brasileiras desde 2002, com um total de 36 mortes. Foram nove casos somente desde agosto do ano passado, mostra levantamento de pesquisadores da Unicamp e da Unesp

O que o governo tem a dizer? O Ministério da Educação admitiu a necessidade de um plano de combate e informou que ainda está trabalhando para construir uma política que trate dessas questões.

O que a Folha pensa: Alta nos ataques exige protocolo baseado em evidências, não solução imediatista, escreve o jornal em seu editorial.

Opinião: Ataque em escola expõe carência de ensino inclusivo a crianças e adolescentes, escreve o blog da Folha Papo de Responsa.

Encontre sua vaga -> Veja oportunidades de emprego para estágio, trainee ou efetivo aqui.

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