Descrição de chapéu The New York Times

Nova York bate recorde e recebe 65 milhões de turistas em 2018

Número de viajantes chineses subiu, apesar da preocupação com disputa comercial entre os países

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Cidade com prédios altos e rio ao fundo, cortado por pontes
A cidade de Nova York, que teve o nono ano consecutivo de crescimento em número de visitantes - Daniel Marenco/Fohapress
Patrick McGeehan
Nova York | The New York Times

​O presidente Donald Trump pode ter causado uma guerra comercial com a China. Mas ela não está prejudicando um dos setores econômicos cruciais em sua cidade natal.

O número de visitantes chineses à cidade de Nova York manteve seu firme crescimento, no ano passado, de acordo com as estatísticas mais recentes sobre turismo.

A agência de marketing turístico da cidade planeja anunciar na quarta-feira que o número de visitantes em Nova York subiu ao recorde de 65,2 milhões em 2018, o nono aumento anual consecutivo.

A maior parte do crescimento veio de visitantes americanos, mas o número de turistas vindos da China subiu ligeiramente, para 1,1 milhão, ante 1,04 milhão no ano anterior, a despeito das preocupações de que a disputa comercial reduziria as viagens entre os dois países.

"Pelo que vemos até agora, a sensação é de que os negócios com a China continuarão fortes", disse Fred Dixon, presidente-executivo da NYC & Company, a agência de marketing turístico da cidade.

A China é a segunda maior origem de turistas estrangeiros que visitam Nova York, adiante do Canadá (um milhão de visitantes) e não muito atrás do Reino Unido (1,24 milhão), de acordo com dados da agência.

"Nós apoiamos a diversidade e recebemos bem a todos os visitantes", disse Bill de Blasio, o prefeito de Nova York. "E os mais de 65 milhões de visitantes que a cidade recebeu puderam experimentar isso em primeira mão".

Dixon disse que o número total de visitantes à cidade subiu em 2,4 milhões, ou cerca de 3,8%, no ano passado, e que antecipa alta semelhante em 2019, para pelo menos 67 milhões de visitantes, em parte por conta do 50º aniversário dos protestos [contra ações policiais discriminatórias] na casa noturna gay Stonewall e da celebração WorldPride, planejada para o final de junho, que deve atrair grande número de visitantes.

Ele disse que também antecipava um estímulo ao turismo por conta da nova parceria de marketing entre o governo da cidade e a Mastercard, que está substituindo a American Express como parceira preferencial de pagamentos da NYC & Company. Dixon disse que essa é a maior parceria empresarial que sua organização já assinou.

A Mastercard pagará um patrocínio de valor não revelado à agência, cujo orçamento este ano é de cerca de US$ 39 milhões. O governo municipal fornece uma verba anual de US$ 21 milhões à NYC & Company.

Cheryl Guerin, vice-presidente executiva da Mastercard, disse que a companhia usaria a campanha de marketing para promover ofertas especiais na cidade, como jantares preparados por chefes de cozinha renomados, a exemplo de Marcus Samuelsson, em locais emblemáticos como o Carnegie Hall ou o gramado do estádio de beisebol do New York Giants. Os dois bilhões de detentores de cartões da empresa também receberão acesso antecipado a eventos anuais na cidade, entre os quais a Restaurant Week e a Broadway Week, ela disse.

"Temos outras parcerias turísticas com outras cidades, mas essa será uma de nossas maiores", afirmou Guerin.

Dixon disse que antecipava que o arranjo ajude a criar "mais e mais visitas nos períodos de inverno", quando as viagens para a cidade diminuem. Ele disse que a NYC & Company promoveria os primeiros meses do ano como "um momento excelente para visitar Nova York, em termos de valor".

A Mastercard publica um ranking anual das cidades mais populares do planeta em termos de turismo; Nova York está em sexto lugar, atrás de Bancoc, Londres, Paris, Dubai (nos Emirados Árabes Unidos) e Singapura. Entre as cidades dos Estados Unidos, Nova York está atrás apenas de Orlando, Flórida, no número de visitantes atraídos. Orlando afirma atrair mais de 70 milhões de visitantes por ano.

Mas Dixon disse que no caso do Orlando a grande maioria dos visitantes vem dos Estados Unidos, e que eles não gastam tanto dinheiro quanto os turistas estrangeiros - ainda que qualquer pessoa que tenha levado sua família ao Disney World recentemente decerto possa discordar. Dixon disse que os visitantes estrangeiros gastam em média quatro vezes mais que os americanos.

No geral, os turistas gastaram cerca de US$ 44 bilhões na cidade no ano passado, estimou a NYC & Company. A agência calcula o número de turistas recebidos com base no número de visitantes a atrações populares como o Empire State Building, no movimento dos aeroportos, e nos índices de ocupação nos hotéis da cidade. Os cálculos da empresa computam como turista qualquer pessoa que passe uma noite hospedada na cidade ou venha de lugares a mais de 80 quilômetros de distância.

No ano passado, os hotéis da cidade registraram 37,7 milhões de diárias vendidas, o total mais alto já anotado, segundo a agência. Essas diárias resultaram em mais de US$ 620 milhões em impostos arrecadados pela cidade, segundo a NYC & Company.

Nova York vem passando por um boom de construção de hotéis há alguns anos. A cidade agora oferece 119 mil quartos de hotel, e há mais cerca de 20 mil planejados ou em construção, disse Chris Heywood, porta-voz da NYC & Company.

A longa e firme alta no turismo já dura mais de uma década, e remonta a uma decisão do então prefeito Michael Bloomberg, de investir mais dinheiro na promoção da cidade. Em 2007, quando Nova York atraía 44 milhões de visitantes ao ano, ele estipulou uma meta aparentemente ambiciosa de elevar esse total a 50 milhões em 2015.

Depois que a prefeitura assumiu o controle da NYC & Company, até então dirigida pelos setores de hotelaria e de restaurantes, e elevou seu orçamento, o turismo cresceu até mais rápido do que Bloomberg havia imaginado. Se a previsão de Dixon se provar correta, o número de turistas recebidos por Nova York este ano será 50% mais alto que o de 2007.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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