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Francesa faz fotos aéreas para superar vertigem

Magali Chesnel superou o medo de sentir enjoo e tontura e hoje faz fotos a bordo de aviões

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São Paulo

As crises de vertigem não impediram a fotógrafa francesa Magali Chesnel, 45, de buscar novos ângulos. Ela superou o medo de sentir enjoo e tontura e hoje faz fotos a bordo de aviões.

Em 2016, Chesnel passeava pela região de Camarga, na França, quando pensou em como seria bonito fotografar de cima as lagoas salgadas do local, com suas diferentes tonalidades. Na volta para casa, encontrou um folheto de propaganda sobre um voo de 45 minutos em um ultraleve.

“Considerei isso um sinal e comprei o passeio”, afirma. “Não sei explicar, durante todo o trajeto me senti segura. Mas, se me colocassem em uma ponte de vidro, eu não conseguiria andar.”

A francesa conta que se sentiu absorvida pelas paisagens enquanto fotografava com a cabeça apontada para baixo, sem enjoo ou tontura. Desde então, considera a fotografia aérea uma terapia. Hoje ela viaja pelo mundo e já fez imagens em cerca de 20 países.

Chesnel diz que, do alto, as paisagens se parecem com as obras do pintor norte-americano Mark Rothko (1903-1970), classificado como expressionista abstrato. Formada em artes aplicadas, ela fez especialização em fotografia, mas se considera autodidata.

Em 2017, Chesnel teve de vencer outros desafios. Ela sofreu um acidente de carro que a impediu de andar por dois anos e a levou à depressão. Nesse período, recorreu a um drone. Ela conta que gosta da flexibilidade do equipamento, mas que manusear o aparelho não se compara com a experiência de voar.

“Durante o voo é possível sentir o aroma de um campo de lavanda, por exemplo. Isso traz uma dimensão extra. Quando estou no ar, sinto que estou em paz comigo”, diz Chesnel.

Seu trabalho pode ser acompanhado na conta @magalichesnel no Instagram. Ela planeja também lançar um livro com parte do seu acervo.

“Penso que o medo existe para nos manter seguros, mas também nos deixa inativos. Se o ignorarmos, ele cresce. Mas, se o enfrentarmos, ele se torna administrável”, afirma.

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