Descrição de chapéu férias

Em Chicago, turista tem abundância de arte e ainda pode imitar Ferris Bueller

Skydeck, de 'Curtindo a Vida Adoidado', é só uma das atrações da cidade que ainda tem os Bulls

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Edgar Silva
Chicago e São Paulo

Chicago está entre as cidades mais caras dos Estados Unidos e possui tantos atrativos visuais e culturais que exige do viajante mais do que dinheiro. É preciso fôlego e atestado de vacinação para aproveitar cada passeio após a reabertura do país, e desde que surgiu a ômicron atormentando autoridades e sociedade.

Mas nada disso pode ser impeditivo para quem deseja percorrer suas avenidas, bares, restaurantes, museus e parques. Basta roupas de frio para esta época do ano, um bom preparo físico para explorar cada canto, e se deixar levar a cada descoberta.

Como diz Kashka, motorista de táxi nigeriano que mora na cidade há 10 anos: "Aqui tem de tudo. Você só precisa ter paciência para aproveitar. E, caso se perca, é só pedir ajuda".

Repleta de arranha-céus —que estampam camisetas e canecas—, lojas de grife, restaurantes e museus, Chicago surpreende quem vai pela primeira vez e até quem sempre volta.

Elas acontecem no chão ou no alto, tirando selfies em frente à Cloud Gate (o famoso "feijão"), ou saboreando a deep dish pizza (famosa por sua forma alta e muito saborosa), fazendo compras na Magnificent Mile, ou mergulhando no acervo do Instituto de Arte de Chicago (AIC), onde se vê, por exemplo, "O Quarto de Van Gogh em Arles" e "Nighthawks", de Edward Hopper.

"O Feijão", um dos maios populares ícones de Chicago
Cloud Gate, também conhecido como "O Feijão", um dos maios populares ícones de Chicago - Adam Alexander Photography Photo Courtesy of Choose Chicago

Conhecida como a Cidade dos Ventos (Windy City) —e no inverno isso fica evidente—, a paisagem de Chicago se mescla entre as edificações baixas, com seus gradis pretos e tijolos vermelhos, como no distrito de Gold Coast, e os grandes e icônicos edifícios feitos em aço e vidro.

Um desses prédios é o John Hancock, do qual, do alto de seus 344 m e 94 andares, pode-se enxergar a cidade de todos os lados —daí o nome de 360 Chicago Observation Deck, que pode ser visitado com hora marcada.

Com vista única do 94º andar, é possível ver as diferenças da cidade, a imponência de suas construções, notar as árvores que pontilham a vista (e que podem desfolhar nesta época do ano) e o lago Michigan, que se perde de vista para onde quer que se olhe.

Lado a lado, o Instituto de Arte de Chicago e o Parque do Milênio são locais a constar da lista dos viajantes. O gigantesco acervo do museu (que tem ingressos entre 29 e 35 dólares) e os infinitos corredores são um convite a passar o dia observando grandes obras, do impressionismo à arte moderna, da arte europeia à asiática, sem se cansar.

Vista da avenida Magnificent Mile ao final da tarde - City of Chicago Photo Courtesy of Choose Chicago

Já o Parque do Milênio se presta a passeios em família, shows e patinação, com o acréscimo de abrigar o popularíssimo "feijão". A Cloud Gate é obra do artista indo-britânico Anish Kapoor, e se tornou símbolo da cidade desde maio de 2006, quando foi inaugurada. Talvez haja poucos pontos como este tão certos para selfies.

Depois de encher os olhos com artes em ambos os locais, pode-se pegar um Uber (uma corrida de 20 minutos sai por ao menos 27 dólares, em um carro para seis pessoas) ou de metrô (em uma viagem de 40 minutos) até Pilsen para saborear tequilas, micheladas e tamales.

Apesar de ter origem na quarta maior cidade da República Checa, desde a década de 1970 foram os mexicanos que se estabeleceram no bairro e vêm imprimindo ali sua cultura, seja na culinária, seja no comércio de rua. Seguindo o padrão de Chicago, Pilsen também tem arquitetura única e ostenta prédios com traços europeus e murais espetaculares em cada esquina.

Se há curiosidade de ver um jogo, a temporada da NBA vai até abril —e os Bulls são um símbolo para a cidade depois de seus títulos entre 1991 e 1998. Assistir a um jogo no United Center (onde os ingressos podem custar até 268 dólares) é uma experiência única que requer o comprovante de vacinação.

O tamanho do ginásio impressiona, assim como as atrações e a dinâmica do jogo, ambas completamente diferentes dos padrões brasileiros. Mas, certamente, é a estátua de Michael Jordan (também conhecida como "The Spirit") que arrebata torcedores e turistas, e rende tantas selfies quanto o "feijão" de Kapoor.

Talvez por sua facilidade em oferecer atrativos turísticos, Chicago virou palco de produções cinematográficas —os títulos vão de "Os Irmãos Cara de Pau" (1980) e "A Cor do Dinheiro" (1986) a "Transformers 3" (2010) e "Batman vs Superman: A Origem da Justiça" (2016).

Uma das marcas do cinema é o Willis Tower, conhecido como Skydeck, onde o público pode ir ao 103° andar e imitar Ferris Bueller, Cameron e Sloane, de "Curtindo a Vida Adoidado" (1986), encostando suas testas no vidro do alto dos 412 m da antiga Sears Tower para mirar as ruas de Chicago lá embaixo.

Desde 2009, o edifício ostenta uma atração de tirar o fôlego. Por 30 dólares o ingresso adulto, e 22 o de criança, é possível aproveitar por um minuto o Ledge, plataformas de vidro que "saem" do prédio, onde é possível ter uma experiência única da vista da cidade.

E engana-se quem pensa que as atrações estão apenas nos andares superiores. No subsolo do prédio, é possível percorrer um caminho que conta a história de Chicago, desde o Grande Incêndio, em 1871, e a reconstrução da cidade, até os dias de hoje.

Randy Stancik, gerente-geral do Skydeck, afirma que a visita proporciona uma "vivência que pode ser apreciada em qualquer época do ano". E isso certamente se estende a Chicago, uma cidade que se pode visitar e aproveitar, não importa a época, com muita disposição e um bom cartão de crédito.

O jornalista viajou a convite da Choose Chicago

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