Bahamas oferecem Carnaval do Caribe e complexos de luxo a perder de vista

Governo do arquipélago investe no turismo, principal fatia do PIB, com resgate da história local e construção de resorts

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Nassau

Arlene Nash Ferguson, 72, já deve ter repetido a história por tantas vezes que a apresentação feita aos turistas na casa que morou durante a infância em Nassau, capital do arquipélago das Bahamas, virou uma espécie de roteiro. Ainda assim, a cena não deixa de cativar.

Vestindo uma blusa verde-limão que divulga o projeto que íntegra, ela apresenta a um grupo de visitantes cômodos quase sem móveis, mas repletos de fantasias de cores vibrantes, algumas com mais de três metros, e fotografias antigas de desfiles nas ruas bahamenses.

A associação com o Carnaval brasileiro é imediata, claro.

Ailin mostra adereços do Junkanoo em sua casa, na capital das Bahamas, Nassau
Arlene mostra adereços do Junkanoo em sua casa, na capital das Bahamas, Nassau - Divulgação

Trata-se, porém, do Junkanoo, um festival típico do arquipélago cuja história é mantida viva por pessoas como Arlene. "Não importa a sua classe social. São taxistas e padres juntos na rua. O que importa é usar a melhor roupa" —afinal, ser competitivo é tarefa obrigatória na festividade, celebrada no final de dezembro e início de janeiro.

Arlene mostra os trajes, muitos dos quais ajudou a confeccionar, feitos com materiais como papelão, papel crepom, arame, lantejoulas e colas, e convida o visitante a participar. É, de certo modo, a expressão de um governo que tem investido de maneira expressiva na atração de turistas, em especial após o atenuar da pandemia de Covid.

O arquipélago do Caribe reabriu em julho de 2021 para o turismo internacional. Turistas brasileiros de alto poder aquisitivo "lotaram as Bahamas", disse um funcionário do Ministério do Turismo local. Muitos usaram as ilhas para passar a quarentena de 14 dias exigida à época pelos Estados Unidos para ingressar no país.

No colar de ilhas localizado a poucas horas de Miami, a história local, acompanhada por um perfil de lazer de luxo, é parte fundamental do turismo. Mas ainda não é tão comum encontrar nas paredes fotos do rei Charles 3º, o chefe de Estado da monarquia parlamentarista bahamense. A imagem comum é de Elizabeth 2ª, morta em 2022.

No caso do Junkanoo, diz Arlene, o festival surgiu como herança de pessoas escravizadas trazidas da África para as ilhas à época da colonização, como forma de celebrar suas raízes. A ancestralidade segue um pilar da festividade, que virou uma das vitrines do turismo.

Com um setor industrial limitado, a economia das Bahamas é dependente do turismo e das atividades que orbitam o setor, o que compõe 70% do PIB e é uma das principais fontes de emprego para cidadãos das ilhas —seja os que trabalham para grandes empreendimentos ou os que empreendem por conta própria.

Nas ruas, por exemplo, não é difícil encontrar locais que preparam na hora e vendem potes de conch salad, um grande caracol marinho cru acompanhado de uma salada que combina cebola, pimentão e abacaxi.

Refrescante, o prato é uma boa opção para saciar a fome e o calor do Caribe enquanto se conhece as coloridas ruas da capital, Nassau —já prepare-se para o trânsito, que é intenso.

Mas há quem vá ao país e nem sequer coloque os pés nas ruas. Resorts de luxo proliferam nas Bahamas. Um deles é o Baha Mar, a poucos minutos do Aeroporto Internacional de Nassau. Inaugurado em 2017, o espaço reúne três hotéis —Grand Hyatt, SLS e Rosewood—, o maior cassino das Bahamas, um parque aquático e mais de 40 restaurantes.

É difícil dar conta de descansar e ainda conhecer todos os cantos do complexo, com mais de 2.300 quartos e vista para a Praia do Cabo. Quando o espaço foi inaugurado, o premiê Philip Davis disse que ali nascia a oportunidade de "mudar completamente o perfil da hospedagem de turismo nas Bahamas".

Além de infinitas piscinas, atividades esportivas e lojas de marcas de luxo que reúnem famílias e jovens endinheirados, o local conta com um parque aquático —é até possível ver tubarões, arraias e tartarugas— e atividades de convívio com flamingos, a ave típica das Bahamas.

Para chegar às Bahamas partido do Brasil é possível fazer escala no Panamá ou em Miami —neste caso, esteja atento à validade do visto; ainda pressionado após a pandemia, o serviço consular dos EUA está com esperas consideráveis para revalidar ou tirar o primeiro visto.

ONDE SE HOSPEDAR NAS BAHAMAS

Atlantis
https://www.atlantisbahamas.com/pt/
Diárias a partir de US$ 354*

Grand Hyatt
https://www.hyatt.com/
Diárias a partir de US$ 359*

Rosewood
https://www.rosewoodhotels.com/en/baha-mar
Diárias a partir de US$ 1.210*

SLS
https://book.ennismore.com/hotels/sls-hotels/baha-mar
Diárias a partir de US$ 449*

* Valores podem variar de acordo com alta ou baixa temporada e perfil do quarto escolhido

A jornalista viajou a convite do Ministério do Turismo, Investimentos e Aviação das Bahamas

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