Itália descobre azeite de oliva sendo vendido como extravirgem
Marcelo del Pozo-21.set.2012/Reuters | ||
Garrafas de azeite em fábrica na Europa |
Foi descoberta uma fraude no ramo dos azeites italianos. De acordo com os resultados de uma investigação da polícia do país, sete grandes marcas do produto estavam vendendo azeite de oliva comum como extravirgem.
Comandado pelo procurador Raffaele Guariniello, o inquérito consistiu na realização de testes físicos, químicos e biológicos de frascos do óleo de diversas companhias. Dessas, sete falsificavam em seus rótulos a informação de que o produto era somente azeite de oliva –mais inferior e, por isso, de custo mais baixo–, e não extravirgem –mais sofisticado e mais caro.
As empresas envolvidas são: Primadonna, Bertolli, Santa Sabina, Sasso, Coricelli, Antica Badia e Carapelli.
No Brasil, podem ser encontrados nas prateleiras de mercados exemplares das marcas Bertolli, Coricelli e Carapelli.
As investigações começaram após a publicação mensal "Il Test" ter enviado informações diretamente a Guariniello. "Vamos seguir com atenção a evolução do inquérito de Turim porque é fundamental proteger um setor estratégico como o do azeite de oliva italiano", afirmou o ministro de Políticas Agrícolas do país, Maurizio Martina.
"Há meses reforçamos o controle, principalmente em relação à última safra de azeite, que foi uma das mais complicadas dos últimos anos. Em 2014, realizamos mais de 6.000 controles no setor, com apreensões de € 10 milhões", explicou.
Martina concluiu dizendo que "é importante agora ter clareza para proteger os consumidores e milhares de empresas honestas empenhadas atualmente no novo ano de produção".
OUTRO LADO
Os fabricantes, ouvidos pela revista "Il Test", questionaram os métodos da pesquisa.
O grupo Colavita, do Santa Sabina, afirmou ter realizado testes no mesmo lote analisado pela revista, nos quais confirmou "a regularidade do produto" e disse que eventuais alterações organolépticas, atribuídas à mistura de olivas italianas e espanholas, deveriam ser consideradas "características de origem", não "defeitos".
A Coricelli disse desconhecer "qualquer problemática" em seus produtos.
A Carapelli, responsável pelos azeites Carapelli, Bertolli e Sasso, se disse surpresa com os resultados e reafirmou que testes internos e da organização nacional de testadores não identificaram alterações nas amostras.
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