Turistas pagam até R$ 65 para entrar em praias de Noronha (PE)
As novidades em Fernando de Noronha estão atreladas a um aspecto que não costuma agradar muito aos turistas: a cobrança de um novo ingresso.
Conte à Folha sua viagem de verão
Praias de Noronha ganham lojas e lanchonetes
Desde setembro, para ter acesso ao Parque Nacional Marinho o turista brasileiro deve pagar R$ 65 e o estrangeiro, R$ 130. O ingresso vale por dez dias e não será cobrado de idosos e crianças de até 11 anos de idade.
A diferença de preço, segundo Pablo Mórbis, da EcoNoronha, segue determinação de portaria do Ministério do Meio Ambiente.
"É algo polêmico, mas o que eles [ministério] alegam é que em outros países se aplica a mesma regra."
Lola Fritzsche/Divulgação | ||
Mirante do Sancho, em Fernando de Noronha, que recebeu nova estrutura; praia também ganhou trilha acessível |
Ricardo Araújo, do ICMBio, afirma que o brasileiro já paga os impostos no país e, portanto, já contribui de alguma forma com o parque.
Nem todas as praias de Fernando de Noronha integram o parque. O ingresso, portanto, não é obrigatório a todos que visitarem a ilha.
O parque nacional marinho corresponde a 70% da ilha --os outros 30% são de área urbana, sob administração do governo de Pernambuco.
Mas é no parque que estão algumas das praias mais bonitas e mais visitadas da ilha (como a do Sancho) e que acabaram de receber as novas estruturas de conforto.
Por enquanto, o ingresso é cobrado de quem visitar as praias de Sancho e Sueste e dos turistas que fizerem o "ilhatur" e o passeio de barco, que passam pelo parque.
O novo ingresso se soma à TPA (Taxa de Preservação Ambiental), que é cobrada do turista por cada dia de permanência no arquipélago.
São R$ 45,60, mas o valor diminui a partir do 5º dia e aumenta a partir do 11º dia de permanência.
Apesar do que seu nome indica, a taxa não é aplicada na preservação da ilha, mas é repassada para o governo de Pernambuco investir na infraestrutura da área urbana.
OPINIÕES
O bacharel em direito Marco Lopes, 47, que ficou em Noronha durante quatro dias em novembro, achou as novas instalações boas, mas reclama do novo ingresso.
"As estruturas deveriam existir, mas cobrando-se pela utilização de cada item ou por diária. Não é razoável pagar um preço fixo que dá direito a dez dias. É uma cobrança abusiva."
Para ele, a taxa ambiental deveria ser usada nessas melhorias. "Não achei justo ter que pagar duas taxas. Lá a natureza é muito privilegiada, mas a falta de infraestrutura e os preços da ilha afastam os turistas", afirma.
A mestranda em administração Alessandra Knoll Pereira, 27, de Florianópolis, esteve em Noronha no começo de 2012, antes de as instalações terem sido inauguradas, e acredita ser válido pagar por esse cuidado com a infraestrutura das praias da ilha.
"A taxa é o menor dos problemas. Se tiver uma boa infraestrutura, como em outras praias do mundo, acho válido. É muito ruim ficar sem ducha e banheiro. O que não pode é cobrar uma taxa ambiental e não ter retorno, pagar só pra ver o pôr do sol." (MARIANA VERSOLATO)
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Acompanhe toda a cobertura dos blocos, festas e desfiles do Carnaval 2018, desde os preparativos
Tire as dúvidas sobre formas de contaminação, principais sintomas e o processo de imunização
Folha usa ferramenta on-line para acompanhar 118 promessas feitas por Doria em campanha