Não haveria roubo se ninguém comprasse depois, diz Ricardo Almeida
O estilista Ricardo Almeida, 57, tem cinco lojas de sua grife em São Paulo --quatro delas em shoppings centers.
Bando usa pedra para invadir loja do estilista Ricardo Almeida
Loja do estilista Ricardo Almeida é furtada nos Jardins, em SP
A marca, que completou 25 anos em 2012, é uma das principais no ramo de roupas masculinas no Brasil. Ele fez ternos para o ex-presidente Lula durante seus dois mandatos.
Após sua loja da rua Bela Cintra ter sido assaltada ontem, o estilista falou à Folha e disse que a população está equivocada ao aceitar comprar roupas de luxo que foram roubadas.
Folha - Uma roupa da sua grife, mesmo que seja no mercado negro, deve custar caro.
Ricardo Almeida - Sim, aqui temos ternos de R$ 6.000. Mesmo que ele [o assaltante] venda por R$ 1.000, não é qualquer um que vai comprar. No mínimo, é um cara esclarecido, de classe média. O cara que roubou minha loja com certeza não vai usar as roupas.
E o que a pessoa deveria fazer se encontrasse uma roupa roubada?
Ele deveria ligar aqui e falar o que está acontecendo, que estão oferecendo um produto mais barato fora da loja. O cara só pensa no bolso dele. Não pensa que está fortalecendo alguém que amanhã pode roubar a casa dele e também colocar os objetos [roubados] no mercado.
Existe um mercado negro porque existe compradores
Sim, as pessoas estão erradas. Todo mundo fala que não temos segurança, mas se as pessoas avisassem a polícia quando soubessem de alguma coisa errada, o problema iria diminuir. Não basta a polícia reprimir. As pessoas precisam recusar esse tipo de produto. Se ninguém comprar, não vai ter mais roubo.
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