Ousadia da Mangueira atrapalha evolução e escola atrasa seis minutos
Para agradar o público, a Mangueira inovou, mais uma vez, em sua parte musical e desfilou com duas baterias, que se revezavam durante o desfile. Na apresentação, a resposta do público foi positiva, que aplaudiu a agremiação desde o início do desfile.
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A ousadia teve, porém, um preço: atrapalhou a evolução do desfile e a agremiação estourou o tempo em seis minutos. Além da bateria, o último carro enroscou na torre usada por fotógrafos e cinegrafistas para fazerem imagens do desfile. Foram gastos cerca de quatro minutos para conseguir tirar o carro da avenida. Pelo regulamento, cada um minuto de atraso corresponde a perda de um décimo de ponto.
Ao fim do desfile, componentes choravam ao ver os problemas da escola.
O próprio presidente da escola, Ivo Meirelles, reconheceu que foi um "desfile tumultuado", mas ressaltou que a bateria "deu um espetáculo".
Sem dinheiro para investir pesado em alegorias e fantasias, a Mangueira repetiu a fórmula do ano passado, quando fez uma "paradona" de dois minutos e sacudiu o público, mas não empolgou muito os jurados. Nem todos deram nota dez e, com problemas em alegorias, a escola ficou apenas em sétimo lugar.
Neste ano, a "primeira" bateria tocou sozinha nos primeiros 40 minutos de desfile. Depois, as segunda entrou na avenida e as duas se revezaram no comando do samba da escola. Juntas, elas tinham cerca de 500 integrantes. Na sequência, fizeram uma "paradona" de mais de um minuto, quando já evoluíam pela Sapucaí.
O público reagiu com aplausos. Mais palmas vieram quando a primeira bateria parava e deixava a segunda seguir com a batida.
"Vamos fazer história com esse desfile. Daqui a alguns anos vamos ver outras escolas com duas baterias", disse Meirelles.
Para o intérprete Luizito, "foi um grande desafio" cantar com duas baterias, mas a preparação foi "intensa" para nada sair errado. Ao final do desfile, porém, não se sabe ainda se a escola fez uma "megaparadona" --como Meirelles havia prometido antes da apresentação-- ou se houve uma falha do som.
O fato é que a escola ficou três minutos sem ser ouvida pelo público. A plateia no começo aplaudiu. Depois, não entendendo o que estava acontecendo, ameaçou uma vaia. Mas as palmas prevaleceram.
ALEGORIAS
Na parte visual, a escola fez um desfile clássico e luxuoso, mas pecou no acabamento de alguns carros. O predomínio do verde e rosa (cores da Mangueira) era nítido nas alegorias --em muitas delas a figura do índio se repetia para ilustrar o enredo sobre Cuiabá.
Na comissão de frente, bailarinas representavam índias e bailarinos vinham fantasiados de colonizador português. O abre-alas ilustrava uma favela, toda em verde e rosa.
No final do desfile, um braço do último carro prendeu na torre de fotógrafos, o que atrasou ainda mais a saída da escola da avenida. Integrantes da Mangueira utilizaram cordas para manobrar o prolongamento do carro --os membros da imprensa ajudaram, empurrando uma grande borboleta para cima e longe da torre.
Com o atraso, a Mangueira deve perder ao menos 0,6 pontos de sua pontuação final.
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