Depoimento: A Quaresma do roqueiro
Da infância guardo boas lembranças de bailinhos de Carnaval promovidos pela família. A primaiada e os tios cantando e dançando ao som das marchinhas tradicionais, muito confete e serpentina. Criança adora essa bagunça.
Do início da adolescência, lembro de um Carnaval que passei em Salvador. Pulei no Clube Espanhol.
À noite, fui ver o desfile de blocos e trios elétricos na praça Castro Alves. Era ainda genuinamente popular, de rua. O auge foi o trio elétrico de Dodô e Osmar.
Aí veio o rock'n'roll como meu estilo de vida definitivo. Eu e o Carnaval mudamos e nunca mais nos encontramos.
Não o vejo mais como uma festa realmente popular. A indústria dos abadás e dos camarotes está aí para comprovar.
Em Recife ainda existe sua característica multicultural com palcos e shows espalhados a partir do Marco Zero e pelas ruas do centro antigo. Oferece frevo, maracatu, blues, samba, rock etc. É um Carnaval único.
Mas hoje me retiro numa praia tranquila. Me poupem desses sambas-enredos; a verdade é que o Carnaval é a Quaresma do roqueiro.
NASI é cantor e ex-vocalista na banda de rock Ira!
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